Aquele gol do Galo… Xô! (por Paulo-Roberto Andel)

Faz tempo, muito tempo. Eu estava com meu pai na arquibancada, acho que numa quarta-feira à noite. Ótimo, tinha o Fluminense mas eu não ligava muito pro Campeonato Brasileiro. A verdade é que ninguém ligava. De toda forma, era sempre bom ver times diferentes.

De repente, bum. O time de preto e branco faz um gol. Olímpico. Como era possível? Foi um golaço. Éder, um monstro. Deu Atlético, a gente foi eliminado. Fiquei mais chateado pela derrota do que pelo campeonato. Depois tudo melhoraria e o Flu seria campeão do Rio naquele 1980.

No ano seguinte, lá estamos eu e meu pai de novo num domingo de sol, meio vazio, Cláudio Adão fez dois lindos gols, de cabeça e de falta. Ganhamos. E assim começou minha história de Flu e Galo, com várias edições.

Eu já era nascido, mas neném, quando o Fluminense foi campeão brasileiro pela primeira vez, empatando contra o Atlético no Maracanã. Os dois times dividem um grande ídolo, Telê Santana, como lá no passado dividiram o centroavante Carlyle. São muitos jogos, mais de 100, inclusive com algumas goleadas de ambos.

Em 1982, os dois tinham os melhores zagueiros do país, Edinho e Luisinho. Edinho estava voando, Luisinho era o titular da Seleção desde o começo da Era Telê. Fomos para a Espanha. Luisinho, craque, não esteve bem. É difícil pensar no “se”, mas com Edinho naquele momento seria bem mais difícil do Brasil tomar três gols da Itália. Vida que segue.

Flu e Galo já se enfrentaram internacionalmente, pela Copa CONMEBOL de 1993 e pela Sul-americana de 2003. Na Copa do Brasil também. Agora, a grande batalha dos dois foi o Brasileirão de 2012, das maiores brigas pela liderança na história. O Fluminense venceu a disputa, sorriu primeiro e faturou o tetra campeonato. Meses depois, o Atlético também sorriria com a sonhada Libertadores de 2023, que lhes tinha sido surrupiada em 1981. Falando nisso, não posso esquecer da Fernanda Soares, amiga querida no Twitter, linda, escoteira feito eu, que ainda vai me ajudar num livro daqueles, do tipo que estou para fazer há anos. Tudo tem seu tempo.

Logo mais o jogo é em Cariacica, no calor, com ingressos caros e quase sem banheiros no estádio. O Atlético está melhor, bem melhor. Para os românticos, o Fluminense deu uma aula de futebol contra o Sampaio Corrêa, senhor. Vamos ver no que dá. A gente precisa vencer para se afastar da maldição do Z4. O problema é que o Atlético está voando. Ainda bem que é clássico, então tudo pode acontecer.

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Thiago Silva jogará com sobras pelo Fluminense por meses, um ano ou até os possíveis dois de contrato.

É o melhor zagueiro da história tricolor no século XXI (o que não lhe dá muito cartaz no XX). Mas está muito acima da média atual.

O grande problema é que nenhum time no mundo conquistou tantos títulos com tantos veteranos quanto tem o Fluminense. Não adianta fingir que isso não é um problema, porque é.

Seria espetacular que TS3 formasse a zaga com o jovem Felipe Andrade. Resta saber se a política empresarial que reina no Fluminense irá permitir.

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Dizer que o Fluminense teve um grande lucro em 2023 com base no balanço publicado anteontem só pode ter dois motivos: suprema ignorância ou canalhice.