Apesar da vitória, Diniz ainda não encontrou o time (por Vitão)

O Fluminense, mais uma vez, fez dois tempos distintos e conseguiu a vitória sobre a Portuguesa crescendo na etapa final.

No primeiro tempo, a Lusa espelhou o esquema e seu 4-1-4-1 compacto dificultou as ações ofensivas do Flu. Faltou para o Tricolor agrupar com intensidade e tocar a bola com velocidade.

A única jogada perigosa no primeiro tempo saiu com Árias vindo agrupar no lado oposto e Ganso com espaço para enfiar a bola. Diniz queria o camisa 10 partindo do lado para o centro para fugir da zona de pressão. Mas o time teve muita dificuldade de escapar da marcação justa e voluntária do adversário. Novamente o Flu dominou, rodou, tocou e pouco machucou seu adversário.

Como o time joga de forma impositiva procurando a posse e o controle das ações, a maioria dos adversários prefere se fechar para escapar no contragolpe do que entrar na luta pelo domínio. Diniz deve enfrentar esse duelo pela posse apenas em jogos grandes e contra equipes qualificadas no trato da bola.

Na maioria dos jogos encontrará sistemas compactos e fechados famintos por uma bola longa que pegue com as calças na mão a linha defensiva tricolor. É importante entender isso para que exista uma diversificação maior na fase ofensiva. Precisamos para de jogar o primeiro tempo fora.

Abaixo, o campo tático da primeira etapa com o Flu enlatado na compactação das linhas da Lusa carioca.

Para conseguir os gols e a vitória na etapa derradeira, Diniz sacou o zagueiro David Braz e colocou o meia Lima. André, como de costume, virou zagueiro e o Flu passou a forçar o jogo pela direita. Dessa vez Diniz teve coragem mas não bagunçou a equipe. Ele fez apenas a alteração pontual de puxar André para a zaga, visto que adversário estava extremamente recuado, praticamente abdicando de atacar.

A postura do rival facilitou a pressão Tricolor e o êxito da substituição. Lima mergulhava para a área e Samuel ganhava o corredor com a centralização de Árias. Ganso contribuía para a superioridade numérica, mas deslocava para o centro procurando a zona morta para distribuir o jogo com qualidade.

O Fluminense continua sua evolução física, técnica e tática, mas Diniz ainda não encontrou o time. As chegadas de Lima e Keno diversificaram o leque de opções, porém o comandante tricolor ainda não achou aqueles onze titulares como conseguiu em duas oportunidades na temporada passada, antes e após a saída de Nonato.

Agora, com a chegada de Marcelo, mais um desafio para o treinador e a necessidade de ajustar ainda mais a equipe para que o habilidoso lateral tenha mais conforto tático ao ser escalado.

O Flu vem evoluindo e aos poucos retomando o brilho da temporada anterior, porém com passos menos largos do que o esperado. Salve o Tricolor!