A hipocrisia contra Lelê (por Manoel Stone)

Não vou dizer nada sobre o último jogo, mas não posso deixar algumas coisas que até se referem ao mesmo, mas para mim são mais sobre o desempenho individual de alguns jogadores e do treinador Fernando Diniz.

Em primeiro lugar, não há como me calar sobre os diversos canais e seus respectivos youtubers, que conseguiram centralizar a responsabilidade do desempenho tosco do time em uma figura do time.

É triste ver pessoas escolher um jogador para Cristo, mas o pior é que fizeram: essas pessoas colocaram o peso da derrota apenas em Lelê.

Posso até concordar que o jogador não foi e não é um virtuose da bola, mas está longe de ter sido o pior em campo e muito menos de ser o culpado pela derrota do time. Colocar a culpa em Lelê é fácil, mas e os outros que não jogaram nada? Vão ser escondidos pelo “sacrifício” de Lelê?

Queria perguntar a quantos lerem isto quantas bolas em reais condições de marcar Lelê recebeu? Uma, duas, três ou dezenas delas?

Sejamos sinceros, quantas das bolas que Lelê recebeu em condições de marcar seriam convertidas pelo artilheiro titular do time? Ou aquele não perde nenhuma chance? Perde e perde várias, é necessário que o abasteçam de jogadas positivas e ele aproveita algumas, nada contra isso, pois é mais do que normal que isso aconteça. Já Lelê não tem o direito de perder nenhuma?

Quer saber? Acho isso muita hipocrisia. É seguir o caminho mais fácil contra o jogador com pouca força no elenco, e atacar o fraco é no mínimo covardia.

Queria saber também onde está a veemência contra os outros que não produziram nada no campo? Poderia deixar de os citar, mas não vou me esquivar, vamos lá: Ganso escondido do jogo e arrastando a fantasia dentro do campo, Keno totalmente inoperante durante todo o jogo, não acertou uma jogada que fosse, Lima foi um “Gasparzinho” no jogo todo, nem atacou e nem atuou na marcação e muito menos no perde pressiona, totalmente nulo na marcação e desarmes, mas jogou os 90 minutos.

E o Felipe Melo? Ah! O Felipe Melo! Apesar de todos os anos que carrega nas costas foi o campeão das jogadas infantis, e diretamente participantes das jogadas dos gols marcados pelo adversário, alguma dúvida? Falta ainda o estreante Diogo Barbosa: a volta trotando na jogada do primeiro gol foi a tônica do desempenho desse jogador, que põe nos bolsos quase quinhentão todos os meses, e o futebol?

Quem em sã consciência pode afirmar que qualquer dos laterais esquerdos da base, tanto os descartados (Marcos Pedro, e Jefté) ou mesmo Esquerdinha não teriam desempenho tão fraco, mas Diogo foi contratado e com salário muito alto, logo tem que jogar. Afinal, essa é a política do clube e sua desastrada direção.

E o que falar das substituições? Todas as de sempre, e mais uma vez quando uma peça entra, a peça que poderia jogar com a nova saí, assim, cada um entra sozinho para resolver algo que já está bastante embaçado, como isso pode dar certo? E mais uma vez, para furar uma retranca a tentativa é superpovoar o ataque e o resultado foi o mesmo de sempre, ou seja, jogadores nossos trombando uns com os outros, atrapalhando mais do que cooperando.

Repetindo o script habitual, nenhum chute de longa distância, e me parece que é público e notório que um dos meios mais eficientes de furar “ferrolhos” (que palavra antiga) é o chute de meia e longa distância. Quantas dessas tentativas aconteceram? Essa eu mesmo respondo: nenhuma. Ou nossos jogadores não sabem ou foram instruídos a não o fazer.

Nem vou falar do banco, pois como sempre esse é o local onde muitos dos erros da direção técnica se acumulam, e se a culpa é do Diniz ou de quem manda nele, é coisa que nunca saberemos, mas banco sem opções deixa o time vendido no jogo. E assim a coisa se passa, os pontos se esvaem, nos distanciam das primeiras posições no Brasileiro e afastam de nós qualquer chance de brigar por melhores colocações na tabela.

Normal para o time do Reizinho Pavão, ou será que estou errado?

Contra o Santos mudaremos alguma coisa significativa?

Na pesquisa para Cristo, Lelê está disparado na frente.