América-MG 0 x 3 Fluminense (por Edgard FC)

Começou, enfim a campanha do Fluminense no Brasileirão 2023, a competição que mais gosto, mais vibro e melhor me relaciono, desde de que o mundo é mundo para mim.

Das intermináveis tardes emulando os jogos em minha mesa de futebol de botão, com os times que revezavam as camisas para representar todas as matizes da competição aos ouvidos atentos ao radinho, acompanhando tudo quanto era jogo dos clubes do Rio e demais regiões desse nosso Brasil.

A bem da verdade é que, hoje o Campeonato Brasileiro está reservado somente aos que conseguiram entrar para a elite do futebol, ou fizeram suas concessões. Não importa para a análise de agora.

O Independência, simpático e funcional estádio do Coelho, foi o palco do debut Tricolor na Liga do Brasil. Mais uma vez ficamos de fronte à Vágner Mancini, treinador que costuma ser carrasco das três cores que traduzem tradição.

Os meninos de Beagá, como um dia foram chamados, foram pra cima do Fluminense, com ou sem a bola, e impuseram muitas dificuldades para os onze de Fernando Diniz, hoje um pouco mudado em relação às últimas partidas.

A intensidade do jogo apresentou ao Fluminense, talvez pela primeira vez nesta temporada, ao futebol de alto rendimento. Mancini nos impôs um desafio tremendo, só demovido lá pelos vente e tantos minutos do primeiro tempo.

Após sair vivo da primeira etapa, o Tricolor veio com duas mudanças: Lelê, fazendo sua estreia, no lugar do peixe do Diniz Pirani, que errou praticamente tudo que tentou, inclusive perdendo um gol daqueles que não se perde em jogo deste tamanho; mais Guga no lugar de Alexsander, lesionado.

Com as mexidas, o Fluminense começou a gostar da partida, passou a levar preocupação ao primeiro decacampeão do mundo, tanto que aos dois minutos John Kennedy sofreu pênalti, após receber passe de Lelê e realizar um drible curto no defensor Nino Paraíba, que levou cartão amarelo na jogada.

Germán Cano bateu e perdeu mais um penal em sua carreira; lamentavelmente, não é novidade em sua trajetória, o artilheiro já havia perdido uns pares com a camisa do vizinho de São Cristóvão. Ganso estava em campo, tem aproveitamento muito superior, deveria ter batido.

Mas o pai do Lorenzo não se abalou. Pelo contrário, dois minutos depois recebeu bola esticada por Samuel Xavier, livre, entrou como quis na área do Coelho, tirou de Cavichioli e bateu para as redes, inaugurando o marcador do estádio e fragmentando o sistema de marcação adversário.

O gol teve um efeito imediato no ânimo e causou instabilidade na equipe verde e preta das Minas Gerais.

Em jogada compartilhada pelos três artilheiros tricolores, Cano armou desde o campo de defesa o contra-ataque para que Lelê pudesse fazer a assistência para Jota Ká, o moleque de Xerém, que de primeira arrebatou os corações psicodélicos, ampliando para o Fluminense em dois a zero. Na comemoração, JK foi abraçar Diniz, como quem estabelece uma parceria.

Com os gols feitos, o Fluminense passou a comandar as ações, ditando o ritmo e determinando como seria o roteiro, até o fim.
Em falta do meio de campo, Ganso passou a bola até Lelê que estava mais à frente, o jovem tricolor, driblou em velocidade toda a defesa, pelo lado direito do ataque e da entrada da área, acertou um balaço no canto direito do goleiro americano, fechando a tríade de gols dos atacantes que viraram a partida do avesso. Juntos, os artilheiros somam quarenta e um gols até aqui na temporada.

O Fluminense fez o tempo passar. Diniz ainda tirou Cano, Nino e Ganso, para as entradas de Keno (com a vinda do Lelê, terá de justificar e muito sua titularidade), David Braz e Thiago Santos. Curioso foi ver Manoel no banco mais uma vez sem entrar, de titular absoluto, parece ter virado, até aqui, a quinta ou sexta opção para a defesa, mas como diria Bibi: ‘quem tem seis, tem cinco, quem tem cinco, tem quatro, quem tem quatro, não tem nenhum’.

A estreia não poderia ser melhor. Vitória, Fluminense. A equipe volta aos gramados para dar mais um show na próxima terça-feira no Maracanã, diante de sua torcida para enfrentar o The Strongest da Bolívia pela Libertadores.

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Serviço do jogo:

América-MG 0 x 3 Fluminense

Campeonato Brasileiro – Primeira rodada
Arena Independência, Belo Horizonte-MG

Sábado 15/04/2023, 16:00h (horário de Brasília)
Árbitro: Bráulio da Silva Machado (FIFA/SC)

Cartões amarelos: Iago Maidana, Éder, Nino Paraíba (América); Vitor Mendes, John Kennedy (Fluminense)
Gols: Cano, aos 51′, John Kennedy 59′ e Lelê 71′ para o Fluminense.

América-MG: Matheus Cavichioli; Nino Paraíba, Iago Maidana (Ricardo Silva 63’), Éder e Marlon; Alê, Juninho e Martínez (Lucas Kal 73’); Felipe Azevedo (Matheusinho 69’), Everaldo (Adyson 63’) e Henrique Almeida (Wellington Paulista 63’). Técnico: Vagner Mancini. 4-2-3-1

Fluminense: Fábio; Samuel Xavier, Nino (David Braz 79’), Vitor Mendes e Alexsander (Guga 46’); André, Gabriel Pirani (Lelê 46’), Lima e Ganso (Thiago Santos 79’); John Kennedy e Germán Cano (Keno 79’). Técnico: Fernando Diniz. 4-3-3