Em tempos onde se discute o fato de jogadores serem ou não “traidores” ou “mercenários” em possíveis trocas de clube, o que dizer de alguém que veste uma única camisa por duas décadas e fica outras à beira do campo?
Altair é um dos jogadores que mais defenderam o Fluminense em campo na história – quarto colocado, com 551 jogos. Campeão mundial de 1962 com a Seleção. Um dos maiores marcadores de ninguém menos do que Garrincha, em quem foi obrigado a “passar o cerol” na disputa para as vagas de convocação para a Copa do Chile – o sarrafo garantiu a convocação do jogador franzino.
Depois de uma carreira brilhante como jogador, Altair foi funcionário do clube. Trabalhou na base, como auxiliar nos profissionais, foi treinador interino nos anos 90. Viveu para o Fluminense, que lhe deve muito.
Campeão de várias conquistas, tendo jogado com Telê, Waldo, Castilho, Píndaro, Pinheiro, Didi e outros próceres tricolores, Altair sempre teve o inseparável amigo Jair Marinho – também campeão do mundo – ao lado. Tem até agora, felizmente, na hora em que luta contra problemas de saúde. Quem tem um amigo ao lado jamais desistirá.
Sua geração em campo é a de jogadores tricolores que assinavam contratos em branco, amputavam um dedo para recuperar uma contusão ou caíam em choro com o fim do contrato. O futebol mudou, o mundo também, infelizmente.
A Altair, os parabéns e todo o agradecimento por ser uma estrela da nossa camisa tricolor. Ontem, hoje e sempre.
@pauloandel