Força, Abelão! (por Aloísio Senra)

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A vida em si, incontestavelmente, é o maior presente que possuímos em nossa existência. O próprio fato de sermos quem somos, de podermos respirar o ar que respiramos e termos a chance de despertar para mais um dia é o tesouro único que muitas vezes nos passa despercebido, mas que tentamos a todo custo preservar. E quando ela se esvai, seja por que meios forem, não há ateu ou cristão, muçulmano ou judeu, xintoísta ou hindu que ignorem este momento e o tratem com desdém. A morte de um ente querido causa as mais diversas reações e pode despertar até mesmo o que há de pior em nós, dependendo do modo como lidaremos com isso.

A tragédia que se abateu sobre João Pedro, filho caçula de Abel Braga, enquanto não me afeta de modo direto, por não ser ele meu parente, me entristece por me lembrar que não existe, de fato, justiça neste mundo. Não há como ver de outra forma. O modo como aconteceu não deixa dúvidas de que não há simplesmente uma lógica nefasta, ou mesmo uma explicação plausível. Apenas acontece. Aventar possibilidades para explicar o inevitável, como uma espécie de conselheiro de retrospectivas, de nada adianta. Se não existe justiça, como falar então de merecimento? Alguém merece morrer?

O fim da vida, ainda que de modo abrupto e antes do tempo que julgamos comum, é natural, posto que não somos imortais. E ter a plena consciência de que a vida é assaz efêmera nos traz, ou deveria nos trazer, a certeza de que ela deve ser aproveitada ao máximo. Você já disse hoje para o(a) seu cônjuge o quanto a(o) ama? Já abraçou seus filhos, passou um zap pra sua mãe perguntando sobre suas atividades, ou mesmo planejou um fim de semana em família? Quanto de seu tempo você anda desperdiçando promovendo o ódio em todas as suas formas, quando poderia estar semeando (e colhendo) amor?

Não há como não querer confortar Abel, grande ser humano, que sempre demonstrou seus valores em suas atitudes, declarações e posturas. Todos nós um dia vamos perder alguém que amamos, seja para a morte, seja para a vida; ambas podem acontecer de maneira definitiva, ambas podem ter nossa parcela de erros como influência direta ou não. A única certeza que sempre teremos é a da perda, e só crescemos de verdade quando aprendemos a lidar com ela. Mas não assim. Nenhum pai deveria enterrar seu próprio filho. Abel, seu coração chagado hoje também é o meu. Força, campeão. Que João Pedro esteja sempre presente na sua memória como uma lembrança boa, e que no futuro lhe cause saudade, e não amargura.

Curtas:

– Tricolores de sangue grená, é até difícil falar de futebol depois desses eventos, mas se o próprio Abel não aceitou a folga e treinou o Flu nesta segunda-feira, acredito que esse humilde cronista não pode também passar em branco.

– Richarlison verdido para o Watford. Flu vai pegar só R$ 23 milhões, mais 10% da próxima venda. Bom negócio? Com a palavra, os especialistas.

– Acredito que esta venda seja consumada pela reprovação dos exames médicos de Wellington Silva, que acabou retornando ao Flu. Situação esquisita.

– Após minha última coluna, empatamos com o Cruzeiro, perdemos do Corinthians com o apito inimigo de sempre e tivemos uma boa vitória na Copa Sul-Americana contra a Universidad de Quito no Equador. Nosso próximo compromisso é hoje, na Ilha do Retiro, contra o Sport.

– O Sport vem sendo bastante irregular no campeonato, mas está  mais bem colocado que o Fluminense no momento, com 27 pontos ganhos. Em seus quatro últimos jogos, perdeu dois e venceu dois, sendo este último contra o Bahia fora de casa. Tá na hora de perder de novo.

– Precisamos muito voltar a vencer. A zona de rebaixamento se aproxima perigosamente e, embora tenhamos um jogo a menos (o jogo contra a Ponte, que seria domingo passado e foi adiado), não podemos nos sentir confortáveis com isso.

– Confio que agosto será um mês auspicioso para o nosso Tricolor, com voltas importantes que encorparão o time e nos devolverão a competitividade. É esperar pra ver!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: alo