Para cem entre cada cem tricolores, ele é com toda justiça a referência das arquibancadas e letras. O nosso maior troféu. Polêmico, ousado, controverso e genial, Nelson Rodrigues é mais do que “apenas” o maior torcedor do Fluminense e o maior cronista da história do futebol brasileiro, mas sim o maior dramaturgo brasileiro de todos os tempos. Todo tricolor já ouviu falar de Nelson Rodrigues. Muitos sabem de quem se trata. Vários já o leram. Das gerações mais jovens, poucos ouviram-no, souberam o que realmente pensava fora do futebol.

Em entrevista concedida a Otto Lara Resende – outro craque – no ano de 1977, aqui podemos ter acesso a um Nelson que, concorde-se ou não com suas opiniões – e não faltavam opostos em todas elas -, jamais fugiu do confronto de pensamentos. E, como poucos gênios de seu tempo, soube aliar simultaneamente em si o homem conservador e o vanguardista. Mais ainda: um grande gozador.

De brinde, um trecho do filme “Fragmentos de dois escritores”, do dramaturgo João Bethencourt, ano de 1969, recuperado em 2012.