A tríade portenha (por Claudia Mendes)

O LUGAR DA ESTÁTUA DE WALDO É NO FLUMINENSE. CLIQUE AQUI.

Tem muito argentino gente boa, sim. Apesar das rivalidades no futebol. E três deles em especial fazem parte da galeria de craques que marcaram época no Fluminense. Têm seus nomes gritados pela torcida, viraram ídolos de gerações. Cada um com suas peculiaridades. Os três especiais, na maior expressão da paixão. Esses hermanos, no entanto, saíram de nossos rivais e essas memórias continuam a nos encantar.

Narciso Doval veio para o Flamengo em 1970. Só que o treinador Yustrich queria que cortasse sua longa cabeleira loira. Contestador e cheio de personalidade, voltou para a Argentina. Dois anos depois retornou ao Rubro-negro onde só saiu para vestir a camisa tricolor. Francisco Horta foi buscá-lo para ser o goleador da Máquina. Com o Maracanã lotado, marcou o gol do título de campeão carioca de 1976, aos 13 minutos da prorrogação, contra o Vasco.

El Loco, como o argentino era conhecido, foi um apaixonado pelo Rio de Janeiro, por Ipanema e pelas cariocas. Era figurinha carimbada em bares e nas praias, sempre bem acompanhado. Doval chegou a entrar na primeira lista de Menotti para a Copa do Mundo de 1978. Mas algumas questões disciplinares e desavenças com Mario Kempes foram fundamentais para não estar no grupo campeão mundial naquele ano. Faleceu prematuramente, em Buenos Aires, aos 47 anos. No Fluminense ficou até 1979, quando voltou para a Argentina.

E o que falar de Dario Conca? Ele chegou ao Vasco em 2007, mas nunca rendeu o esperado. No ano seguinte chegou ao Fluminense como símbolo de garra, talento e disposição. Qualidades determinantes para ganhar o prêmio de melhor jogador do Campeonato Brasileiro de 2010, disputando todas as 38 partidas daquela campanha.

Só que nem tudo é boa recordação quando se fala em Conca e no craque inquestionável que foi. Parte da torcida não perdoa o fato dele ter saído para o Flamengo, na contramão dos outros argentinos. Lá não teve o mesmo sucesso e reconhecimento.

A melhor parte da história ainda estaria por vir: German Cano. O maior artilheiro do Fluminense no século XXl, um dos maiores goleadores do mundo em 2023 até aqui. Cano veio do Vasco. Mas foi no Flu que se identificou. Ele e sua família.

Seu filho Lorenzo, o Lolo, tornou-se símbolo maior nas vitórias, sempre sinalizadas com o L. E pelo meme cantado para o seu ex-clube de que ele agora é tricolor. Grande ídolo que dividia os corações dos torcedores com ninguém menos do que Fred. O amor da torcida por Cano sempre foi total e ele já manifestou o desejo de terminar sua carreira vestindo nossa camisa.

Quando qualquer um falar em jogador de futebol argentino, o Fluminense terá para sempre em sua galeria esses três nomes inesquecíveis. Três histórias, três craques marcados para sempre nos corações tricolores.