À torcida tricolor (por Ise Cavalieri)

Agradecimento. Respeito. Orgulho.

Deus permite a cada um de nós um dom e, talvez, o meu tenha sido o de conseguir me expressar através de rabiscos, mas como eu queria poder por no papel a imagem que me fez apaixonar pelo Fluminense.

Ter a companhia do meu pai, que batalhava de segunda a sábado, que saia de casa às cinco da manhã e voltava às onze da noite, pra que me fizesse ser quem sou hoje, do que me ensinou cada lance de futebol e cada lance da vida. Domingo era o nosso dia sagrado, dia de estarmos juntos e fazer o que mais gostávamos: assistir o nosso Fluminense.

Não lembro mais de data, campeonato, contra quem jogamos e nem mesmo o placar, mas lembro como nunca do pó de arroz, das bandeiras e da paixão que ecoava.

Era um sonho poder rever a final de 1995 (pela idade, me recordo muito pouco), de poder estar no estádio. O placar não veio neste 2017, mas veio a emoção de rever o mesmo pó de arroz, as mesmas bandeiras e a mesma paixão.

Eu revi e revi a lembrança que tanto sonhava em por no papel… Saí com os olhos marejados, talvez com um pouco de frustração pelo resultado, mas muito de emoção, de confirmação da escolha que fiz, ao permitir que essas cores tomassem conta do meu coração.

Fomos 20 mil a calar 50 mil; nessa hora não existe quantidade quando se fala de paixão. Podem nos roubar um jogo, uma taça ou os nossos sonhos, mas o que somos isso ninguém rouba.

Não foi fácil viver 1997-1999, de julho de 2008 à 2009 (ir do céu ao inferno), 2013… Não é fácil nutrir esperanças, se permitir sonhar com a volta de glórias e de repente ver o time mudar de postura, de um time jovem e rápido a um time que entrou em campo contra o Liverpool, no Uruguai, com cabeça baixa. Não é fácil ver problema nas laterais, na zaga. Que precisamos urgente de contratações, já que nem ao menos banco temos, e não é qualquer time que tem peito para levar o campeonato brasileiro de forma no mínimo mediano. Sem contar as outras competições.

Contra o Grêmio, mais uma vez demos mole e vimos o rival tranquilamente fazer suas jogadas e marcar TRÊS vezes… Há quem diga que já era, que o Grêmio passou para próxima fase.

Será mesmo tão difícil reverter?

Logo aquele Clube que desafiou a matemática, logo aquele que acabou com o termo impossível?

Nessa hora não tem análise fria ou técnica; o pensamento tem que ser o mesmo de 2009, onde estávamos na degola e saímos dela de forma quase inexplicável, ou de qualquer um dos jogos que achavam que o placar era irreversível e agarramos a vitória com todas as forças. Anos diferentes, elencos diferentes, mas a essência continua a mesma – e a essência do Fluminense jamais era a de derrotado.

Dia 31 será a hora de ser clubista, de acreditar que é o melhor elenco do mundo. Será um jogo para loucos, loucos pelo futebol e principalmente pelo Fluminense. Dos que assinam essa loucura e irão dispostos a arrancar a vitória nem que seja na marra. Não só de técnica vive o futebol; o amor e a raça podem ter um poder ainda mais forte.

Mais uma vez o Fluminense precisa de nós, mais uma vez espero sentir o arrepio de ver o que somos capazes quando se trata de conseguir um placar.

Eu acredito no Fluminense e acredito ainda mais na nossa torcida!

Nós podemos!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: ise