A quaresma do Fluminense (por Leandro Capela)

O quarto mês do ano será crucial para definir as pretensões do Tricolor em 2017. Num intervalo de 39 dias, teremos, na maior parte do tempo, dois grandes jogos por semana e a maratona será muito mais que um teste para o que virá nos oito meses seguintes. É jogar pela vida e pela confiança para o restante da temporada.

Na quarta-feira (29), contra o Madureira, teremos a última partida da “pré-temporada de luxo” que ganhamos após a conquista da Taça Guanabara sobre o clube de regatas da Gávea. Está terminando o março tranquilo, onde pudemos ter a graça de acompanhar o crescimento de Pedro e Wendel, o retorno gradual do paredão Cavalieri, a pendente porém incessante recuperação do craque Scarpa e a continuidade do trabalho para o restante do grupo, com poucas exceções destoantes.

Está chegando o mês de abril mais eletrizante dos últimos tempos para os tricolores. A sequência reserva, no mínimo, grandes emoções. A agenda é puxada e poderá dar respostas ou deixar mais perguntas sobre o que nos restará para este novo ciclo que, por enquanto, é promissor.

02/04 (Dom) – Taça Rio: Fluminense x Flamengo
05/04 (Qua) – Sul-Americana: Fluminense x Liverpool-URU
09/04 (Dom) – Taça Rio: Semifinal*
13/04 (Qui) – Copa do Brasil: Goiás x Fluminense
16/04 (Dom) – Taça Rio: Final*
19/04 (Qua) – Copa do Brasil: Fluminense x Goiás
23/04 (Dom) – Campeonato Carioca: Semifinal
26/04 (Qua) – Primeira Liga: Fluminense x Brasil-RS
30/04 (Dom) – Campeonato Carioca: Final (ida)*
07/05 (Dom) – Campeonato Carioca: Final (volta)*
10/05 (Qua) – Sul-Americana: Liverpool-URU x Fluminense

*Jogos para os quais ainda não garantimos classificação

Optei por incluir o Fla-Flu de Cariacica na lista por considerar o clássico uma final à parte. Será também um jogo pesado que antecederá a partida que considero a mais importante dessa maratona: a estreia na Sul-Americana, retornando ao Maracanã, portanto, aos braços da torcida. Definirá se viajaremos tranquilos a Montevidéu se teremos que buscar resultado no país vizinho após a final do Carioca, caso nos classifiquemos (espero que sim).

Em seguida à peleja continental de ida, o calendário tricolor alternará entre Estadual e Copa do Brasil. Caso, em qualquer disputa decisiva do Campeonato Carioca – incluindo Taça Rio – apareça uma agremiação de menor investimento, ficaremos igualmente preocupados, após a lição do Madureira na Taça Guanabara. Mas também sem medo de encará-los. Já temos a vantagem do empate na semifinal geral e estamos em vias de conseguir também na Taça Rio.

Já pela Copa do Brasil, vem um adversário que já nos tirou o sono em mata-mata nos terríveis anos de 2013 e 2014. Estão em boa fase no Goiano, mas, convenhamos, quem quer ser campeão não pode sentir medo do Goiás, que disputará a Série B neste ano. Respeitar sim. Temer jamais.

Depois de descobrir se iremos às oitavas ou ficamos pela quarta fase da competição nacional e definir se estaremos na final do Carioca, decidiremos, com “vantagem de empate”, contra mais um clube da Série B se obteremos a classificação para as quartas-de-final da Primeira Liga. Este, pra mim, o campeonato menos importante do ano. Quando chegar mais perto, caberá à comissão técnica avaliar a melhor decisão a se tomar. É um campeonato secundário – ou até menos que isso –, mas, em caso de título, tem uma premiação interessante.

Teremos, em seguida, a decisão do Carioca, que pode não significar nada para quem perde, mas ajuda a trazer confiança ao elenco. É importante também, e o treinador sabe bem disso, não deixar o grupo achar que já acabou o ano. Não vou longe: Vasco, em 2015, e Internacional, em 2016, provaram desse veneno e terminaram mal. Todavia, tenho plena confiança que nosso destino está muito distante do que esses dois clubes tomaram.

Vale lembrar que não é só o calendário tricolor que está cheio nesse período. Botafogo e Flamengo também têm compromissos de vida ou morte entre as decisões de Taça Rio e Carioca. Na semana do nosso duelo de ida da Copa do Brasil, ambos jogam pela taça continental. Na quinta-feira seguinte, antecedendo a semifinal do Carioca, apenas o Botafogo joga. Depois, na mesma noite da nossa decisão na Primeira Liga, é a vez do Flamengo. Depois, na semana entre os dois jogos da final, na qual o Tricolor descansa, ambos jogarão novamente.

Então, nossos adversários mais fortes também terão desgaste. O Vasco, por sua vez, descansa nos meios de semana, por não estar em nenhuma competição de mata-mata nacional ou continental. E isso pode ser um trunfo do clube de regatas de São Cristóvão. Mas grande parte do esgotamento físico deles já é natural, pela idade de seus principais jogadores.

A saga da quaresma tricolor se finda com o jogo de volta da Sul-Americana no Uruguai. Que o quadragésimo dia, já virando para o dia 11 de maio, seja de comemorações. Que o fim desse ciclo coroe o resgate da alma do Fluminense com troféus e classificações importantes. Nós, que vestimos a camisa mais bonita do mundo, merecemos.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: leca

4 Comments

  1. Eis a questão, reservas ou não reservas caro Jefferson?

    Que Abel tome a melhor decisão, seja ela qual for.

    ST

  2. Vim comentar exatamente a mesma coisa que os guerreiros aí em cima.
    Que se dane a Taça Rio, não vale de nada.
    E, ainda que a Primeira Liga também não importe, o nosso time reserva deve ser capaz de assegurar a classificação em cima do Brasil de Pelotas.
    Vamo com tudo na Sulamericana e na Copa do Brasil!

  3. Acho que o Fluminense deve deixar de lado a Taça Rio e a Primeira Liga, para que vá com força total nas finais do Estadual e nos jogos da Sul- Americana e da Copa do Brasil. Considero de extrema importância a conquista do Estadual, ainda é um campeonato muito valioso, apesar de seu esvaziamento.

  4. Aí te pergunto: Classificado para as semifinais do carioqueta, com vantagens… até onde vale a pena prosseguir na Taça Rio?

    Vamos de reservas contra o Madureira e Flamengo, né?

    ST

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