À primeira vista (por Walace Cestari)

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À primeira vista, não parecia que este era um jogo de tantos dilemas. Mas, acreditem, era. Uma lacuna no banco de reservas havia sido preenchida, alimentando ainda mais a fome de ver um time organizado em campo. Nos últimos jogos, um conjunto ora preguiçoso, ora desorganizado alternava-se nas disputas. O que esperar da estreia de Levir?

O jogo em si é de difícil análise: por um lado valia a classificação para as semifinais da Primeira Liga – campeonato do qual brigamos para participar. Por outro, o próprio Fluminense desdenhou da partida, confirmando o estádio no dia anterior ao jogo.

Querendo afastar-se de qualquer problema, Culpi escalou um mistão contra o Criciúma. Acertou o comandante. Sábio, sabe que dois clássicos em sequência – mesmo no insosso carioquinha – têm sempre um peso grande para a avaliação do treinador.

Aproveitou para, contra um desinteressadíssimo Criciúma, escalar reservas, evitando o marasmo dos titulares e apostando na vontade da garotada e dos reservas em mostrar serviço para o novo chefe. Incrivelmente, jogar com os reservas fez o Flu dar mais importância ao jogo do que se estivesse com suas estrelas.

Esquivando-se de qualquer análise tática de seu trabalho – a imprensa iria querer ver o “dedo” do treinador, ainda que não tenha havido tempo para isso – Levir pôs a campo uma proposta que valorizasse a juventude e a vontade. E foi isso o que se viu quando o apito permitiu que a bola rolasse.

Se não havia um padrão tático bem definido, o time entrou com vontade, marcando alto e tomando o comando do jogo para si. Logo aos quatro minutos, aproveitando desvio em um escanteio, Gerson abriu o placar. Se o Criciúma já estava sem grande vontade de disputar palmo a palmo a partida, o gol desanimou ainda mais o time catarinense.

O Flu impôs-se e dominou com facilidade. A fraca equipe adversária permitia trocas de passes, mas o Tricolor não demonstrou tanta objetividade quanto poderia. Gerson comandava as ações do Fluminense e infiltrava-se facilmente na sonolenta defesa do Criciúma. Aos 25, quase marcou. Aos 32, aproveitou a indecisão entre zagueiro e goleiro e sacramentou o placar.

O jogo poderia ter terminado na primeira etapa que faria pouca diferença. Gum substituiu Henrique, que demonstra ainda total falta de ritmo de jogo, e teve certo trabalho, pois a equipe de Santa Catarina voltou para o segundo tempo pressionando o Fluminense, que vinha com a proposta de esperar para conseguir contra-ataques.

Os espaços na defesa e o barata voa característico da zaga tricolor continuam os mesmos e o Criciúma chegou perto de marcar. Mas, foi fogo de palha. Após os 20 minutos, o Flu voltou a dominar o meio campo, porém sem objetividade alguma. Higor Leite e Danielzinho ainda entraram, mas nada que fizesse o jogo ganhar em emoção.

Vitória tranquila, time classificado, mais tempo para Levir olhar o plantel que tem. Nada ainda podemos esperar para os dois clássicos que vêm aí. Um campeonato que vale pouco, mas que não nos dá o direito de perder para os rivais. Que a moral de três vitórias seguidas encha de confiança um time que ainda nos deve futebol.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: wc

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