A praça é nossa, Fluminense? (por Marcelo Diniz Gomes)

O ano de 2024 começou trazendo um turbilhão de emoções para a nossa torcida.

“Noves fora” toda essa expectativa tem que ser absorvida com uma certa cautela e um pouco de patuá e mandinga. Iremos precisar…

Ontem, assistindo um vídeo no youtube de um personagem icônico chamado Vera Verão, interpretado pelo saudoso Jorge Lafond incrivelmente percebi uma semelhança apavorante do atual Fluminense com personagens daquela Praça do SBT. Em tempo, Jorge Lafond foi um grande tricolor, de arquibancada.

Na Praça tem travesti, tem malandro, tem mulheres bonitas, playboys, idosos, crianças… Personagens diversos com as mais ilimitadas histórias, que podem ser engraçadas ou até mesmo em muitos momentos não ter a menor graça.

Em um primeiro momento estamos vindo de um ano anterior fascinante com o biampeonato Carioca e a inédita Libertadores.

Época de diversas contratações recheadas de jogadores totalmente diversificados e alguns com um toque envelhecido, assim como o programa citado.

Quando assisti o vídeo tive diversas reações. Em um primeiro momento saudade, depois me diverti vendo as gaiatices da Vera Verão, mas assim que ela se foi, o programa seguiu com alguns personagens estranhos e com uma qualidade de piadas extremamente duvidosa.

Ora, o inicio do ano começou triste pois perdemos nosso capitão Nino para um clube da Rússia e nem conseguimos colocar o gelo na Vodka…

Em seguida recebemos a vinda do zagueiro Antônio Carlos e do inconstante Renato Augusto. A cabeça do tricolor mais sensato analisa assim: – Como será isso?

Lembra do Patuá e da Mandinga? Melhor começar a catar algumas ervas e folhas no canteiro aqui perto de casa porque sem dúvidas iremos precisar…

O Cariocão começa com um time alternativo. Traz uma equipe pândega, eu diria, pois ela conta com valores promissores como Arthur, Isaac, Luan Freitas, João Neto, Felipe Andrade, Kauã Elias, Edinho entre outros, mas ao mesmo tempo nos contemplam com a mais bela visão do inferno nos pavorosos Cris Silva, Alexandre “ai Jesus” e Gustavo Ápis (que horror!).

Pelo que foi mostrado nos três jogos desse time alternativo é digno de piada, mas muito sem graça até o presente momento.

Gustavo Ápis tem a desenvoltura de um rinoceronte acoplada de uma técnica natimorta para dominar a pelota e dar um prosseguimento simples de uma jogada.

Alexandre “ai Jesus” é um mestre na arte de comemorar gol. Impressionante sua habilidade de brindar o momento máximo do futebol. Agora como jogador acho que ele deveria repensar a sua carreira, pois há uma incompatibilidade dele com a bola, definitivamente uma coisa não nasceu para outra, dá choque…

E o nosso “querido” Cristiano da Moldávia? Não contente em ser um jogador, digamos, excêntrico tecnicamente, retorna com um visual “Coalhada” de ser, assim como o icônico personagem do Chico Anysio Show (aí trocamos de canal). CDM inclusive já não jogou nesta última quinta porque, depois de duas atuações bisonhas, simplesmente foi promovido a treinar com os titulares.

Fechando o ciclo do mês, vêm novos jogadores aportarem na nossa praça, ou melhor, no nosso CT.

Sem um menor porque Douglas Costa chega, é apresentado e vem como grande solução para nossa ponta. Espero que o ex camisa 7 do Bayern venha com vontade de jogar, deixando os eventos e casórios pra depois…

No embalo da comédia temos duas contratações que estimulam a quinta série habitante em cada ser tricolor. Primeiro Jan Lucumi ou não, chegou as Laranjeiras. O jogador colombiano é piada pronta com seu nome sugestivo e nada convencional. Outro que chegou foi o Davi “Trans” Terans, isso mesmo! Agora o Fluminense pode realmente se dizer um time inclusivo de verdade, pois tem em seus quadros um jogador trans…

Brincadeiras à parte, temos muitas competições importantes a disputar. Um time envelhecido, um técnico que é competente, sem dúvida, mas que ao mesmo tempo terá que mesclar muito, tanto taticamente como individualmente.

Qual a relação do Fluminense com a Praça?

Velhos erros se repetem e velhos vícios se multiplicam no Fluminense, mesmo com conquistas. A direção dos nossos caminhos não é pensada.

E olha que estamos no primeiro mês apenas e muita coisa já aconteceu. Figa de Guiné, Patuá, Mandinga, proteções diversas serão bem vindas também.

Ainda não sorrimos de gargalhar e nem choramos de lamentação, porém temos que tomar muito cuidado para que 2024 não se torne uma Praça é Nossa.

Ou pior: uma verdadeira Zorra Total.