A nobreza tricolor e alvinegra (por Paulo Rocha

Não é a primeira vez, neste sofrido tempo de pandemia, que escrevo o quanto sinto orgulho de ser tricolor. E novamente quero dividir meu sentimento com os coirmãos alvinegros, rivais de tantas batalhas no campo esportivo. O posicionamento a favor da vida, contra a volta açodada do futebol é muito mais do que bom senso; é uma demonstração de humanidade.

Não chega a me surpreender a postura de outros clubes, que tentam de todas as formas apressar a retomada dos treinos, dos campeonatos. Para tal, usam exemplos que não cabem na realidade brasileira e unem-se ao que mais vil existe na nossa sociedade. O futebol, realmente, é uma nuvem de fumaça.

Vale mesmo a pena aliar-se ao que há de pior para fazer voltar a girar a roda da fortuna? E a saúde das pessoas? Acredito que isso não importa para um determinado execrável segmento. O mesmo segmento que acha normal não indenizar quem perdeu familiares de forma trágica. Afinal, para eles, o que vale uma vida humana?

Aliás, como devem pensar os atletas destes clubes que querem apressar as coisas? Será que também não se importam em contaminar familiares caso isso venha, lamentavelmente, a acontecer? São chefes de família. “Ah, mas ganham muito bem para isso!” Lógica patronal, escrota, abominável.

Temos visto tanta coisa asquerosa nestes tempos difíceis… realmente fico com pena dos muitos amigos que tenho que torcem para outras cores, diferentes das minhas, mas que são pessoas de bem e não aprovam este tipo de coisa que vem acontecendo. É atirar no lixo toda a história de uma instituição.

Portanto, encerro estas poucas linhas exaltando a postura do Fluminense e do Botafogo. De uma nobreza imensa. De gente que preza a vida e cultua valores que passam longe da soberba, da desumanidade e da violência.

Panorama Tricolor

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