A grande mística do Fluminense (por Paulo Rocha)

Os mais de 60 mil tricolores que lotaram o Maracanã na noite de terça-feira foram testemunhas de um drama épico, daqueles que o Fluminense, vez por outra, costuma protagonizar. O Argentino Juniors usou toda a “milonga” possível, foi matreiro, ardiloso. Mas estava escrito há dois mil anos que a vitória seria nossa.

Não há como negar que o time jogou mal a maior parte do tempo. A exemplo do que aconteceu na primeira fase, contra o Sporting Cristal, o estádio lotado gerou ansiedade, nervosismo. Menos mal que, desta vez, os deuses do futebol nos agraciaram com as entradas de Danielzinho e John Kennedy. E com o surpreendente brilho de Samuca, o iluminado das oitavas de final da Libertadores.

Obtido da forma que foi, o triunfo nos permite sonhar com a conquista tão desejada. Afinal, deu a entender que, mesmo não encantando, podemos vencer. A sorte que acompanha os campeões parece estar, até agora, ao nosso lado. Mas é preciso que o time coopere. E que Fernando Diniz avalie melhor algumas escolhas que faz.

Outra coisa também não pode passar despercebida: jogamos sem Marcelo, nosso grande craque, o cara diferente que até mesmo os adversários reverenciam. Foi o primeiro desafio real da temporada que conseguimos superar sem ele em campo. Isso mostra que o Fluminense está mais confiante, mais forte. No Maraca, diante da torcida (quando esta joga junto), quase imbatível.

Talvez tenha mesmo chegado, como canta a galera em uníssono, a hora de ganhar a Libertadores. O caminho é longo, árduo, com pedregulhos, aclives e aves de mau agouro pela frente. Mas temos o dever de acreditar. A mística nos alimenta o sonho. Tenhamos fé.