A barbaridade contra Mário no caso “Gatoferj” e uma reflexão (por Paulo-Roberto Andel)

Antes de qualquer coisa, tudo que cerca e move o processo judicial contra o presidente do Fluminense é de um ridículo constrangedor, cujo nascedouro só poderia ser a Federassauro, esta criatura jurídica abissal que, em 25 anos, transformou o campeonato mais charmoso do país numa verdadeira meleca úmida.

Uma aberração.

Uma pantomima de mau gosto.

Atribuir ao presidente do clube o desprestígio de uma competição que é motivo diário de piadas em redações e estúdios beira o surrealismo. E pior: na velocidade da luz, mostrando evidente casuísmo na questão.

Espero sinceramente que a mínima decência prevaleça e esse processo tenha o destino devido: o ralo.

Antes que cracatoas se manifestem, é bom que se diga: não fui, não sou e não serei amigo do presidente, assim como não lhe dei meu voto nas duas disputas em que participou no Fluminense. Logo, não faço parte da legião de puxa-sacos que lhe cercam e ex-puxa sacos que lhe cercaram até outro dia – e são muitos que, de uma hora para outra, transformaram o Deus Mário num vodu a ser alfinetado o tempo todo. É de se imaginar qual o motivo de mudanças tão bruscas.

Para quem acompanha esta coluna e este PANORAMA, não há qualquer surpresa. Assim fiz e fizemos em nome da liberdade de expressão pelo site de clipping NetFlu quando foi proibido de cobrir o clube anos atrás. Não tenho e não temos o menor interesse por essa gente desprezível, mas a defesa da justiça e da democracia não é feita somente para amigos. Faria o mesmo hoje.

Volto a dizer: o processo do caso “Gatoferj” é uma aberração em todos os sentidos e só demonstra como o comando do futebol do Rio de Janeiro precisa mudar para ontem e sair do século XX.

Injustiças no mundo jurídico pululam a cada instante e o futebol não ficaria fora disso. Uma pena.

Ao presidente, boa sorte no processo. É o mínimo que posso esperar.

Mas cabe também uma lembrança quando o assunto é injustiça e aberração do ponto de vista jurídico. Caso por exemplo do processo que o presidente move contra Antonio Gonzalez, que é um dos símbolos da arquibancada tricolor em sua história, por pura vingança.

Outro exemplo então é de deprimir.

Há cinco anos, quando um ex-funcionário do clube foi à Justiça para destruir um bem cultural do Fluminense, um livro escrito por mim, o presidente teve a faca e o queijo na mão para impedir uma sujeira sem tamanho, com a anuência do abominável Peter Siemsen, cuja história você pode conhecer no link abaixo.

PROCESSO PARA DESTRUIÇÃO DE LIVRO

Mas não impediu.

Pelo contrário, declarou entender a posição de quem pretendia um dos atos mais abomináveis da humanidade, que é a destruição de livros, prática que remete à Idade Média e ao nazismo.

Espero sinceramente que o presidente tenha evoluído em suas concepções de mundo desde 2015, assim como em termos de respeito aos escritores que colocam o Fluminense como um dos líderes da literatura panamericana de futebol, sem receber qualquer centavo do clube. As demonstrações no momento da epidemia foram importantes, ressalte-se.

O processo continua. É o único que sofri e sofro em 52 anos de vida, metade deles calculando um indicador econômico alvo de peritos judiciais mensalmente.

Desde então, o Fluminense já teve onze novos livros de minha autoria.

Eu não escrevo para agradar dirigentes e jogadores, nem para manter emprego com alta remuneração. Escrevo porque amo meu time. Quem tiver dúvidas, é só escrever quinze livros sobre o Fluminense sem remuneração e depois a gente conversa.

Sou descendente de judeus.

Jamais faria acordo por medo de uma prática nazista.

Durante todos estes anos, sites, blogs, blogueiros, picocelebridades e outros menos votados surfaram nas mais diversas ondas ligadas à política tricolor, num fulgurante vaivém de interesses.

O PANORAMA, não. Está onde sempre esteve. Do lado do Fluminense, respeitando pessoas físicas, criticando idéias e atos, sem personalismos e bajulações de ocasião. E é só.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

#credibilidade