O que afinal não muda no Flu? (por Flávio Souza)

Uma rodada a mais de Campeonato Brasileiro, mais uma vitória magra do Fluminense sem convencer seus torcedores, mais escalações e substituições bizarras. Mudam os técnicos mas não mudam os esquemas, os jogadores e tampouco os resultados. Você está cansado e desanimado caro leitor deste PANORAMA TRICOLOR? Não te culpo, mas felizmente nosso amor pelo nosso clube é mais forte e uma boa parcela da torcida permanece indo aos estádios.

Quem observa o Fluminense jogar provavelmente não consegue identificar grandes diferenças com o que via enquanto Mano Menezes ou Renato Gaúcho atuavam como técnicos. Infelizmente o técnico Luis Zubeldía faz um esforço tremendo para, na melhor das hipóteses, se equivaler aos dois anteriores. O que no início parecia ser promissor, infelizmente caminha de forma veloz para a mesmice e a total falta de criatividade.

O fundo do poço até o momento, que sempre pode ser mais profundo, foi a escalação de Everaldo como titular. O pobre atacante, que poderia ser muito útil em algum time de menor investimento, teve mais uma vez uma atuação que poderia ser classificada como vexaminosa. Em dois lances dentro da área adversária falhou miseravelmente quando tentou finalizar com o pé ou com a cabeça.

O pior é que o técnico tinha à sua disposição John Kennedy, Joaquim Lavega e Riquelme Felipe. Destes, apenas JK acabou entrando no segundo tempo. O técnico ainda fez mais uma modificação no ataque, mas prestigiou o já pouco útil Keno. Nenhum dos dois fez grande coisa, mas esperar que pudessem mudar o marasmo que havia em campo era demais. Talvez tenham servido mais para fazer uma espécie de ação de relações públicas como os atletas e com a torcida.

Ouvi a análise do jogo de um jornalista e concordo integralmente com o que ele disse: O elenco do Fluminense é mediano e o topo da nossa capacidade é o top 10 do Campeonato Brasileiro. A realidade é dura, mas não podemos nos esconder dela. A atual diretoria do clube rasgou muitas centenas de milhões de Reais com dezenas de maus jogadores e nos colocou nesta situação. O pior é que a cara nem dói quando a própria diretoria usa o desempenho ruim como justificativa para a tal SAF dos amigos.

É muito triste observar que o enorme crescimento das receitas do clube após a histórica conquista da Copa Libertadores não foi utilizado com planejamento e inteligência. Poderíamos ter nos tornado de novo um clube que disputa o topo da tabela do brasileiro, mas a total incompetência dos nossos dirigentes nos trouxe à essa posição humilhante de buscar apenas a classificação para a pré-libertadores.

Este modelo de gestão que temos no Fluminense está velho e cansado, não há novas idéias nem vontade de tentar coisas diferentes. O que preocupa é a já tão falada perda do senso crítico da nossa torcida, que aceita como se fosse comum o time médio que o Fluminense vem se transformando ano a ano. O projeto desta diretoria de nos transformar no Fulham brasiliero está em curso acelerado.

É preciso mudar, antes que seja tarde demais.

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