Ao escrever “Hoje é Dia de Fluminense”, meu desafio era encontrar um tema para dissertar em todos os dias do ano, ou seja, escrever pequeno texto relacionado às datas de 1º de janeiro a 31 de dezembro, sem esquecer o 29 de fevereiro, ocorrido em algum ano.
Eram datas de aniversário ou falecimento de jogadores, treinadores, torcedores ilustres. Dias de conquistas importantes, grandes jogos, polêmicas, curiosidades.
Havia datas que se repetiam em anos distintos, claro, e em outras, algumas pequenas lacunas que me obrigaram a improvisar ou mesmo registrar em dias posteriores. Algo absolutamente previsível e que em nada desviou do objetivo principal: homenagear a instituição Fluminense Football Club.
Umas dessas datas “abertas” era o 4 de novembro. Após muita pesquisa, somente encontrei uma vitória de 3 a 1 sobre o Madureira no Maracanã, pelo Carioca de 1951, quando fomos campeões, com gols de Vitor, Orlando Pingo de Ouro e Carlyle. Um outro registro foi uma goleada de 6 a 1 sobre a Ponte Preta, também no Maracanã, pelo Brasileiro de 1970, o maior de todos tempos e vencido pelo Fluminense. Foram 3 gols de Flávio “Minuano”, Lula, Didi e um gol contra. Decidi, então, fazer uma breve menção a este jogo, destacando que no time campineiro, então vice campeão paulista, atuava um jovem atacante que, alguns anos depois, seria ídolo em Laranjeiras: Manfrini!
O livro foi lançado no fim de 2020, ainda sob o triste ambiente da pandemia de coronavírus. Hoje, esgotado, ainda não sei dizer se haverá uma segunda edição que, seguramente, demandaria um atualização significativa. A principal delas? Exatamente o texto do dia 4 de novembro!
A conquista da Taça Libertadores da América em 2023 foi gigante. Derrotamos nada menos que cinco grandes campeões do torneio durante a campanha, marcada pelo talento, competitividade, garra e drama. Todos os ingredientes de uma extraordinária conquista. De quebra, nos tornamos o maior clube brasileiro vencedor de troféus internacionais no Maracanã, adicionando-se a Recopa no ano seguinte.
Esse deveria ter sido um definitivo ponto de partida para que o Fluminense atingisse um novo degrau em sua centenária e pioneira história no futebol. À exceção de um brilho efêmero na Copa do Mundo de Clubes, o amadorismo, a incompetência e a obscuridade de sua atual gestão administrativa em apenas dois anos, trouxeram de volta uma realidade a qual a torcida teve que se acostumar em passado recente: luta contra rebaixamento, contratações duvidosas, vendas vergonhosas de jovens jogadores. A maior receita da história do clube não foi suficiente para elevar nosso nível, muito menos para reduzir dívidas e obrigações com terceiros. Sem falar em um modelo de SAF sem ética, sem moral.
O 4 de novembro de 2023 está na História do Fluminense! O de 2024 não foi legal. O de 2025, tampouco está sendo.
Tenho medo dos próximos.
Saudações Tricolores.

