Há muitos anos, as gestões do Fluminense deixaram de priorizar a conquista de títulos e o saneamento do clube. Desde o distante 2012, o Flu por muito tempo ou conseguiu a “campanha digna” (pérola do picareta Peter Siemsen) ou viveu lutas contra o rebaixamento, com exceção da efêmera Primeira Liga em 2016.
O bicampeonato carioca serviu como bela injeção de moral contra o rival da Gávea, mas o que emocionou mesmo a torcida foi a conquista da Copa Libertadores 2023, obtida com qualidade sim, competência sim mas inegavelmente muita sorte também. Isso não diminui o título em nada, apenas traz a realidade dos fatos.
E o que poderia ser nosso grande caminho acabou virando nosso grande problema. Mesmo com a goleada para o Manchester City, o Flu foi mais longe do que se imaginava e se capitalizou como nunca. A Libertadores 2023 garantiu a vaga do Mundial 2025 e mais uma tonelada de dinheiro. O maior aporte da história do clube, somadas as últimas três temporadas. Uma grana que poderia literalmente ter salvado a vida do clube, permitindo uma redução drástica da nossa dívida, e a busca por verdadeiros reforços para o time. Mais uma vez: contratação é uma coisa, reforço é outra.
Fato é que a bela Libertadores e o belo Mundial de Clubes deixaram de ser um grande título e uma grande colocação para muita gente. Viraram argumento mequetrefe para a atual gestão do Fluminense, perdulária e produtora de balanços que, conforme as palavras do nosso querido Raul Sussekind, são dignos de riso, tamanha a manipulação de dados. Ganhou a Libertadores? Pode comprar dez perebas caros, cinco jogadores de 50 anos, pode torrar o dinheiro todo. Um raciocínio simplista e medíocre. Enquanto isso, o clube segue à míngua…
Será que ninguém desconfia da alta rotatividade dos jogadores no clube, especialmente os jovens da casa que são rifados a preço de banana, para custear e garantir a vaga dos “experientes”?
Por que o Fluminense nunca contrata jogadores jovens em evidência, salvo exceções? E sempre contrata caro? Os desatentos, sempre usando a muleta da Libertadores, se esqueceram de “reforços” como Bobadilla, Wellington Abaiana, Hudson, Cris Silva, Felipe Alves, Antônio Carlos, Pineida, Cazares, Yony Gonzalez, David Duarte, Paulo Baya, Eve enquanto André quase foi chutado para o CRB…
O resultado desse mafuá de negócios é a irregularidade: depois de uma grande campanha, a próxima é um desastre. No mesmo ano da Recopa, só nos salvamos na última rodada do Brasileirão, ano passado.
Onde foi ou vai parar a nossa tonelada de grana?
Meus amigos, o Fluminense precisa do novo. Precisa lutar pelo protagonismo com títulos e não de figuração disfarçada de dignidade.
Temos condições de pagar essa dívida imensa e sanear as contas, basta ter vontade politica. Tratamento eficiente dos recursos, utilização plena da base e contratações pontuais de verdadeiros reforços. Isso vai muito além da venda de uma SAF mequetrefe a toque de caixa, tudo para garantir a serenidade do atual gestor…
Não podemos aceitar barbaridades como essa do Jefté, lateral da nossa base que nunca teve chance para facilitar a barangagem empresarial e, agora, está com um pé no Palmeiras…
O novo sempre vem, e ele tem nome. No caso com dois nomes, que prometo tratar aqui mais adiante: Leonardo Iespa e André Horta. Novos mesmo, sem os vícios tradicionais do casuísmo que impera nas Laranjeiras há anos. Oposição verdadeira a todos os desmandos que aí estão.
Afora as qualidades pessoais de ambos, mais a qualificação para os cargos pretendidos, os dois trazem o novo e o ideal: Iespa é a voz de sua geração, que sempre apoiou o clube nas arquibancadas mas nunca teve real acesso aos mecanismos políticos do clube, enquanto Horta – também uma presença permanente do setor Sul – traz consigo o último grande sobrenome vivo da politica tricolor, vinculado a tempos de glória inegável.
Aposto neles. Podem me cobrar.