Fluminense Mundial 1952 (por Osmar Lage)

No meio do turbilhão de Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Copa Sul-Americana em breve, “janela” aberta (e até aqui nula) de transferências, celebramos o aniversário de uma conquista que a mídia insiste em esconder: o Mundial de Clubes, Copa Rio de 1952.

E não foi uma versão única. No ano anterior, o Palmeiras a venceu com todos os méritos, derrotando grandes adversários como o francês Nice, o iugoslavo Estrela Vermelha, o Vasco e o italiano Juventus na final.

No ano de seu cinquentenário, o Fluminense se credenciou para a disputa com o título carioca de 1951. A segunda edição da Copa Rio estava prevista para acontecer somente em 1953 mas o prestígio do único clube detentor da Taça Olímpica, ganha em 1949, fez com que o torneio fosse antecipado em um ano. Jules Rimet, então presidente da FIFA, ao entregar o exclusivo prêmio ao clube, o classificou como “a organização esportiva mais perfeita do mundo”. Com a ajuda de seus dirigentes, o inglês Stanley Rous e o italiano Ottorino Barassi, contou com a prefeitura do Rio de Janeiro para organizar o que chamaram de “torneio mundial” de clubes.

O sucesso estrondoso de público na Copa do Mundo de 1950, no Brasil, surpreendeu a todos e a imprensa mundial cobriu as duas edições da Copa Rio com interesse e alta repercussão. A FIFA cedeu árbitros. A bola foi especialmente produzida para o evento e o Maracanã, seu grande personagem.

Problemas com preços dos ingressos chegaram a causar dúvidas sobre a segunda edição. Fluminense, Prefeitura e FIFA demoraram a se entender. Com tudo resolvido, empatamos na estreia com o português Sporting (0 a 0), vencemos o ferrolho suíço do Grasshopper (1 a 0) – com direito a pênalti defendido por Castilho – e vingamos o “Maracanazo” de 1950, derrotando o temido uruguaio Peñarol (3 a 0), base daquela seleção.

As semifinais seriam contra um grande time. O Austria Viena era praticamente a metade da Seleção Austríaca, conhecida na época como “Wunderteam” (time maravilha) que, dois anos depois na Copa do Mundo da Suiça, seria a terceira colocada, perdendo somente na semifinal para a futura campeã Alemanha. Tinha dois craques no meio de campo: Ocwirk e Stojaspal. Gênios!

Em duas grandes atuações, derrotamos os austríacos por 1 a 0 e 5 a 2. As finais contra o Corinthians foram extremamente difíceis. Primeiro jogo, vitória por 2 a 0 e depois, o empate em 2 a 2, em um 2 de agosto, consagrou uma campanha invicta de Castilho, Jair, Píndaro, Pinheiro e Bigode. Édson Caires, Didi, Orlando Pingo de Ouro, Telê Santana, Marinho e Robson. O Técnico Zezé Moreira ainda usou Nestor, Quincas e Carlyle que, lesionado logo no primeiro jogo, deu vaga para Marinho, que terminou artilheiro.

O desprezo e a ignorância convenientes para a imprensa esportiva brasileira é conhecida há muito tempo. O que não é permitido é você, tricolor, não conhecer a nossa trajetória e entender o motivo pelo qual… Nós somos a História.

Saudações Tricolores.

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