Amigos, amigas, há prazeres na vida que a gente não sabe se está sentindo ou se ainda vai sentir. É assim que me sinto após mais uma vitória tricolor na primeira Copa do Mundo de Clubes FIFA.
Aliás, nas minhas contas, sem querer contrariar ninguém, as Copas do Mundo FIFA começaram em 1951, com título conquistado pelo Palmeiras, com extensão para 1952, quando o campeão foi o Fluminense, mas isso é assunto para outras crônicas.
Parece-me que os Deuses andam vingativos com o comportamento da FIFA e resolveram por bem trazer os dois primeiros campeões mundiais, que a FIFA, apesar de ter concebido a Copa Rio, insiste em não reconhecer, nos relegando à condição de meros campeões intercontinentais, às quartas de final de sua “primeira” Copa do Mundo.
Aliás, segundo a vontade dos Deuses, o Fluminense é o primeiro semifinalista da competição. Não sem méritos do Prêmio Nobel do Esporte, muito pelo contrário. A maturidade, força mental, consistência tática e excelência técnica do Fluminense de Renato Gaúcho surpreende até mesmo a mim.
Quando viajamos para os Estados Unidos, para a conquista (desculpem o ato falho: disputa) da competição, minha impressão era de que passar da primeira fase já seria uma conquista triunfal.
Acontece, porém, que nossos pontos fracos foram neutralizados com as duas semanas de treino que tivemos nos Estados Unidos. Aliás, neutralizamos um, que era a defesa, que hoje funciona de forma magistral. No ataque, ainda tenho dúvidas. Não obstante, as chegadas dos volantes tem sido decisivas.
Martinelli fez golaço para abrir o marcador, um jogador que sempre apontei como muito acima da média. Saiu no intervalo, me causando incômodo. Entrou Hércules, que fez o da vitória.
Mas eu não vou falar de individualidades aqui, porque seria uma injustiça com a coletividade. O Fluminense joga como um time top de linha do futebol mundial. E faz isso porque tem elenco. Um elenco muito bem construído, apesar de lacunas aparentemente existentes e outras que ainda precisam ser avaliadas.
Não é só a camisa, é futebol bem jogado em todos os sentidos. A surpresa é Renato ter conseguido tirar tanto desse time, não o que estamos conseguindo nos gramados estadunidenses. Isso eu já falava antes. Excedem as medidas a força mental e a organização tática, adaptada a cada adversário, potencializando o jogo de craques como Martinelli, Samuel Xavier e Arias.
O City também terminou o primeiro tempo contra o Al Hilal ganhando de 1 a 0, depois de ter criado uma enxurrada de oportunidades, e sucumbiu. Quando fizeram o primeiro gol, parecia que nosso mundo ruiria, mas não foi o que aconteceu. O Fluminense resistiu à pressão, antes de recobrar o domínio e marcar rapidamente o gol da vitória, mais um trabalho de Hércules, que entrara justamente no lugar de Martinelli.
Para não ficar barato, levamos um sufoco no final, quando Renato, depois de conquistar a intermediária, decidiu segurar o placar, trazendo nossa marcação para baixo, a exemplo do que fizera com a Inter, quase nos matando do coração.
Felizmente, ganhamos e estamos nas semifinais da Primeira Copa do Mundo de Clube Fifa. Normal. É Fluminense. Nada fora do esperado, exceto pelo fato de termos chegado à competição como uma água disfarçada de patinho feio.
Isso não tem tanto a ver com futebol brasileiro. Tem tudo a ver com Fluminense. A questão do futebol brasileiro eu já tenho equacionada e falarei sobre isso após o término da competição, independentemente do resultado.
Fato, porém, é que o Fluminense é incomensurável e esse é um aspecto impossível de ignorar. Faz na competição aquilo que lhe é inerente. É o clube que orgulha o Brasil retumbante de glórias e vitórias mil. Que a glória total venha nas próximas duas partidas.
Saudações Tricolores!