Internazionale 0 x 2 Fluminense (por Edgard FC)

‘Corre Gigghia, aproxima-se do gol do Brasil e atira: gol! Gol do Uruguay, Gigghia”. Assim ficou eternizado o gol que causaria o Maracanaço, episódio que marcou a derrota da Seleção Brasileira para a Uruguaya no quadrangular final que outorgara o título à Celeste ante ao Brasil, seleção de um país que vivia momentos de entusiasmo, no cenário político, social, cultural e esportivo, éramos o país do futuro.

Essa derrota causou males, houveram dezenas de relatos de suicídios de pessoas que não aguentaram a dor causada por aquele fatídico gol marcado por Alcides Gigghia.

Nos anos a seguir, o Maracanã foi palco da Copa Rio, um embrião mundial de clubes, mas que reuniu apenas equipes da Europa e América do Sul, competição recentemente outorgada como Inter-Confederações (ou Intercontinental, em adapatação livre) pela FIFA, entidade máxima do vigoroso esporte bretão, que tanto amamos.

Coube a Palmeiras em 1951 e Fluminense em 1952 retomar o orgulho nacional, pois venceram a competição que se extinguiu após as conquistas brasileiras.

Hoje o Fluminense joga para honrar e lavar a alma nacional e carioca na competição e, coincidentemente, se juntar ao Palmeiras que já se qualificou para às quartas-de-final do mesmo certame mundial.

Cabe ressaltar que no dia de ontem o nosso mais tenro rival foi eliminado impiedosamente pelo FC Bayern München, fazendo os mais emocionados jornalistas compararem o feito à derrocada do Brasil para a Alemanha na Copa de 2014, com a diferença que trataram o Flamengo de forma briosa e orgulhosa, por terem perdido de apenas quatro a dois.

O Fluminense foi lançado ao gramado por Renato com três zagueiros: Freytes, Ignácio e Thiago, modificando a tática para espelhar o adversário e proteger mais a área defensiva.

Mesmo assim, foi o Fluminense o primeiro a atacar com amor e com vigor, de forma impetuosa, Martinelli brigou e a bola sobrou para Arias, o craque foi ao fundo pelo lado direito e cruzou, a bola desviou no defensor e chegou à área em balão aleatório e, após quicar no chão, Cano cabeceou entre as pernas de Sommer, goleiro da Seleção Suíça, abrindo o marcador para o Tricolor.

Um primeiro tempo exemplar, apesar de alguns erros de Nonato e Freytes, nervosos, mas que não geraram chances de gol aos adversários, que teve como única arma perigosa, bolas longas nas costas de Renê e Samuel, mas que não foram transformadas em gol.

Ignácio teria ampliado para o Fluminense, em lance de linha de passe de cabeça dentro da área da Inter, por fim o defensor camisa quatro do Flu, estava milimetricamente impedido antes de mandar para as redes desguarnecidas.

Se na primeira etapa o Fluminense discutia o jogo com a Inter, na segunda etapa foi praticamente um jogo de ataque contra defesa com uma ou outra estocada tricolor. Ignácio e Fábio foram heroicos, defendendo e recuperando bolas, respectivamente.

O confronto era contra a atual vice campeã europeia e tricampeã de seu continente. Renato foi renovando fôlego defensivo da equipe, mas também tirou Cano para Everaldo fechar o jogo, alternando com Arias o sistema ofensivo.

A trave, Gravatinha e João de Deus precisaram entrar em cena, pois o cenário da reta final era de se agarrar ao imponderável a fim de segurar a vitória conquistada ainda na aurora da partida.

Vitória épica, que além de orgulhar a cada torcedor, vivo, morto ou por nascer, mantém a escrita de jamais perder para uma equipe italiana em sua retumbante história, gloriosa e majestosa.

Após tanto sufoco, teve tempo de mais um, para fechar a tampa, em pressão, a bola se apresenta a Hércules que da entrada da área bate de pé esquerdo para os dois a zero, delírio e alegria de todo tricolor.

Classificação maiúscula, jogando como o jogo pediu, como deveria ser, sem firulas ou apelar para terceiros, o Tricolor é gigante, que ninguém duvide disso. Se ontem nosso rival envergonhou a cidade, hoje o Flu a levou ao lugar mais alto do mundo.

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INTERNAZIONALE-ITA 0 x 2 FLUMINENSE
Copa do Mundo de Clubes (FIFA) – Oitavas-de- final
Bank of America Stadium – Charlotte-North Carolina, USA
Segunda-feira, 30/06/2025 – 16:00h (Brasília)
Renda:
Público:
Arbitragem: Iván Barton (El Salvador) Assistentes: David Moran (El Salvador) e Antonio Pupiro (Nicarágua)

Cartões Amarelos: Kristjan Asllani 9’, Alessandro Bastoni 38’ (INTER); Germán Cano 16’, Juan Freytes 26’, Renê 36’, Thiago Santos 84’ (FLUMINENSE)
Gols: Germán Cano, Hércules 90’+3’ (FLUMINENSE)

INTERNAZIONALE-ITA: 1-Yann Sommer; 36-Matteo Darmian, 6-Stefan de Vrij e 95-Alessandro Bastoni (30-Carlos Augusto 70’); 2-Denzel Dumfries (11-Luís Henrique 53’), 23-Nicolò Barella, 21-Kristjan Asllani (8-Petar Sučić 53’), 22-Henrikh Mkhitaryan (45-Valentín Carboni 53’) e 32-Federico Dimarco; 9-Marcus Thuram (70-Sebastiano Esposito 63’) e 10-Lautaro Martínez©. Téc.: Cristian Chivu. 3-5-2

FLUMINENSE: 1-Fábio; 4-Ignácio, 3-Thiago Silva© e 22-Juan Freytes; 2-Samuel Xavier, 5-Facundo Bernal (29-Thiago Santos 80’), 8-Martinelli (35-Hércules 60’), 16-Nonato (45-Lima 60’) e 6-Renê; 21-Jhon Arias e 14-Germán Cano (9-Everaldo 66’). Téc.: Renato Portaluppi. 3-5-2