Eduardo Uram precisa agradecer aos tricolores (por Paulo-Roberto Andel)

Exatamente há um ano, o investidor Eduardo Uram gerava um fato inédito no país: praticamente falava pelo Fluminense à mídia, embora jamais tenha sido dirigente para isso, ainda que nem precisasse das formalidades de um cargo para fazer seus negócios e exercer seu poder.

Doze meses depois, não há qualquer motivo para que a torcida do Fluminense lhe agradeça em nada. Apesar da vaga conquistada para a Libertadores 2021, em nenhum momento o Fluminense foi candidato ao título do Brasileirão 2020.

No Carioca 2021, o Flu passou uma de suas maiores vergonhas esportivas na final, sendo amassado feito paçoca pelo rival.

Na Libertadores 2021, contando com a teimosia estúpida em se manter um treinador sem condições de levar o clube a qualquer título, o Fluminense foi eliminado como um adversário inofensivo para uma equipe muito limitada, o Barcelona de Guaiaquil.

No atual Brasileiro, apesar da recente reação em pontos que o afastou da zona de rebaixamento, ninguém em sã consciência acredita que o Tricolor seja capaz de disputar o título, dada a pontuação dos líderes. A luta, no máximo, é por nova vaga à Libertadores como prêmio de consolação.

Por sua vez, Uram tem motivos para agradecer e sorrir: o Fluminense acaba de adquirir parte dos direitos federativos de Caio Paulista, jogador muito limitado mas respeitável por conta de sua garra em campo. E só. Os valores da transação teriam sido bem menores se o modelo de operação tivesse sido outro, mas há tempos que, entre a solução adequada e a exótica, invariavelmente o Flu opta pela segunda. Um modelo corporativo que beira o extraterrestre.

Por que será que o clube sempre gasta mais do que poderia gastar se tivesse optado por outras operações? Isso é fruto de um planejamento? Eis um enigma que ronda o CT.

FLUMINENSE, LÍDER DE NEGOCIAÇÕES.

Na década de 10, o Fluminense é o maior negociador de jogadores de futebol em todo o mundo, com exceção da Europa. Foram 183 nomes, quase 17 times completos.

Os títulos não vieram, parte da torcida se acostumou com migalhas e o Flu virou um figurante de luxo, o time que entra não para ser campeão, mas para fazer a campanha digna. Que se satisfaz em estar na Libertadores, mesmo sem a menor expectativa real de conquistá-la. Que vai jogar o Brasileiro para voltar à Libertadores mas não se preocupa com outras disputas porque só ela interessa. E a cada ano a gente procura um bode expiatório em campo para justificar uma temporada medíocre.

Se for uma pessoa de consideração, Eduardo Uram precisa agradecer à torcida do Fluminense. Involuntariamente, é ela que colabora para o aumento da fortuna do investidor, já que o dinheiro não sai dos bolsos de nenhuma besta que diz sobre a torcida não assinar cheques (em plena era Pix), mas sim de milhões de torcedores tricolores.

Antigamente o Fluminense era conhecido como a Máquina por ter um dos melhores times do mundo. Os tempos mudaram e a máquina agora funciona no ambiente de negócios de atletas. Somando investidores, dirigentes e funcionários deste universo particular, resta uma pergunta que serve de reflexão esportiva: qual será a próxima jogada?

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2 Comments

  1. Voto online significa chance de gente nova, rompimento com EO ( onde dizem ter torcedores doutros times) e até abertura da caixa preta das finanças do clube. Nao vao dar mole, nao querem perder a mamata. Moro a 600 km do RJ e só me associarei com o voto online. FORA MARIO! FORA ANGIONE! FORA BOLSONARO! LULA 2022!!!

  2. Andel, sabe quando haverá voto online? JAMAIS!!!! A patota reinante não vai querer perder a teta, a mamata, a boquinha. Duvido que qualquer deles disponibilize o sigilo fiscal,
    eu abriria o meu e creio que você também, nao temos nada a temer, mas penso que tem muita gente levando algo por fora nisso aí. 10 anos vendendo e nada muda.

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