As lições do jogo contra o Boavista (por Aloísio Senra)

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Tricolores de sangue grená, tivemos uma semana com um ótimo resultado, um bom resultado e um resultado ruim. Foi ótima a goleada por 5 a 1 sobre o Bangu, boa a vitória magra sobre os garotos da Gávea e ruim a derrota para um Boavista cheio de ex-tricolores. Fernando Bob, Tartá e Wellington Silva, principalmente, fizeram valer a lei do ex de forma coletiva, aproveitando uma formação equivocada de Odair, jogadores sem inspiração e, principalmente, sem tesão. Queiramos ou não, a liderança e classificação quase garantida fizeram os jogadores relaxarem e, não apenas isso, se pouparem um pouco também para a grande partida do ano até o momento, a estreia contra o Unión La Calera do Chile, nesta terça-feira pela Copa Sul-Americana no Maracanã. Vamos combinar que ninguém quer ficar de fora desse jogo – nem mesmo a torcida. Ninguém gosta de perder, todos odeiam perder pra time pequeno, mas há males que vêm para o bem. Existem lições para se tirar aqui nesta derrota.

Primeiro, há de se ressaltar que é preciso mais humildade, não apenas dos jogadores e comissão técnica, mas da torcida também, e nisso me incluo. Apostei numa goleada sobre o Boavista e entrei pelo cano. Perder é péssimo mesmo, mas é melhor perder quando se pode perder, como ontem. Essa derrota arranha nossa história, sem sombra de dúvidas, mas em termos de tabela não nos trouxe, até agora, qualquer ônus. É claro que, em caso de vitória ou empate do Volta Redonda com a Portuguesa, precisaremos colocar as barbas de molho (o jogo ocorre após o fechamento da coluna), e daí dependeremos essencialmente do que faremos contra o Botafogo. Ainda assim, precisaremos de um empate no clássico para ir às semifinais, já que nosso saldo sobre o Madureira é significativo. É difícil imaginar que o Madureira golearia o Império do Mal no Maracanã, mesmo sendo um time sub-alguma coisa. Então, o risco de colocar um time misto contra o Boavista foi calculado.

Isto posto, não dá por enquanto para ficar satisfeito. As quatro vitórias estavam nos mantendo felizes, pois times grandes vivem disso, mas é claro que ainda não dava pra ver um padrão de jogo ou a cara do Odair. Claramente, o técnico tricolor estava testando as peças e vendo com quem ele podia contar. Espero que, a essa altura do campeonato, já tenha descoberto. Os próximos jogos não poderão servir para experiências, e precisamos colocar o que temos de melhor. E é nesse ponto que podemos sentir um pouco de preocupação, pois ainda não vimos, de fato, o time titular estrear no ano. Odair ainda não teve todos os jogadores à sua disposição – e nem sabemos se terá em breve – para definir qual é o time titular para o resto do ano, aquele que acabamos decorando de tanto jogar. Contra os chilenos, é bom entrarmos com humildade, pé no chão e jogar a vera. É para isso que eles vêm. Se fizermos um resultado razoável aqui, ganhamos confiança para a partida do próximo domingo contra o Botafogo.

Muriel, Gilberto (Julião), Matheus Ferraz, Luccas Claro e Egídio; Yuri, Hudson, Miguel e Nenê; Marcos Paulo e Evanílson. Enquanto o Pacheco não se regulariza, o Ganso não se recupera e o Michel Araújo não se encontra, eu iria com esse time contra o Unión La Calera. Contra o Botafogo, a única mudança que eu faria seria Hudson (suspenso) por Yago. Temos totais condições de sermos bem-sucedidos nos próximos compromissos, basta entendermos, dentro de campo, que temos limitações, principalmente físicas e de entrosamento (embora alguns jogadores tenham claras deficiências técnicas), e trabalharmos com humildade para buscar o resultado. Já passou da hora do time titular do Flu começar a jogar, e não há melhor momento para tal. A Copa Sul-Americana, de uns tempos para cá, para o bem ou para o mal, tem sido nosso principal objetivo. Que comecemos com o pé direito o caminho para conquistá-la.

CURTAS

– Orinho não é jogador.

– Felippe Cardoso não é jogador.

– Como mandaram o Mascarenhas (que só vivia no DM) para o Vitória de Guimarães, é hora de subir um dos laterais do sub-20. A lateral esquerda é a nossa maior carência disparada. Se Egídio se machucar, ferrou.

– Vencer a Taça Guanabara seria ótimo, pois daria ao nosso treinador a liberdade para continuar rodando o time e fazendo experiências na Taça Rio. Caso não tenhamos sucesso, ele não poderá se dar a esse luxo.

– Palpites para as próximas partidas: Fluminense 2 x 0 Unión La Calera; Fluminense 1 x 0 Botafogo.

Panorama Tricolor

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