O reencontro tricolor (por Paulo Tibúrcio)

Foi uma noite de reencontros. Da torcida com o Maracanã. O Fluminense jogou pouco no estádio em 2016. E o reencontro do clube com uma competição internacional. A última participação foi em 2014, onde fomos eliminados precocemente pelo Goiás na mesma Copa Sul-Americana. Os torcedores compareceram em um bom número, se considerarmos a estreia e os imbróglio envolvendo o contrato com a concessionária que administra o estádio. Quase 40.000 torcedores apoiando o time contra o Liverpool do Uruguai.

Com os setores Norte e Sul lotados e com direito a um belo mosaico neste último, o jogo começou com um grande susto. Uma saída de bola errada que resultou em falta a favor do adversário. Na sequência, De La cruz, o habilidoso camisa 10 dos Negriazules bateu direto para o gol. Cavalieri rebate a bola para o meio, nos pés do atacante Royon que, para nossa sorte, manda por cima do gol. Foi o único lance de perigo dos uruguaios no primeiro tempo. Após este sobressalto, o Fluminense foi conseguindo o domínio do jogo. O Liverpool atacava muito mal, as bolas eram lançadas na maioria das vezes para De La Cruz, mas o setor defensivo do estava bem atento e neutralizava suas tentativas de dribles. Por outro lado, a equipe adversária se defendia bem. O Fluminense mostrava bom passe de bola e domínio no meio de campo, mas tinha dificuldade de chegar ao gol. As chances eram poucas. O Flu conseguiu aproveitar duas delas. Aos 23, Welington Silva cruza a bola e Henrique Dourado se antecipa ao zagueiro e abre o placar. No final do primeiro tempo, Richarlisson acerta um voleio surpreendendo a defesa adversária.

O segundo tempo veio com a esperança de mais gols tricolores, que aumentou após a expulsão do volante uruguaio que chutou o rosto de Henrique, dentro da área tricolor. O efeito, porém, foi contrário. Os uruguaios se fecharam ainda mais em uma retranca de difícil transposição. O Fluminense dominou totalmente o segundo tempo, só que desta vez não conseguiu achar os atalhos para o gol. Conseguiu chegar diversas vezes na linha de fundo pelos dois flancos, mas a bola parava sempre na defesa adversária. Fora isso, alguns chutes de fora da área e uma cabeçada de Renato Chaves com a bola passando rente à trave.

Foi uma boa vitória tricolor, mas a torcida saiu com uma certa frustração, pois dava para sair do Maracanã com um placar mais dilatado e ir para o Uruguai com a fatura praticamente liquidada. Um fator foi preponderante. O Fluminense se deparou com um estilo de jogo diferente do que está acostumado. Os times brasileiros jogam mais abertos. Os que jogam na defesa são os que têm menos recursos técnicos, consequentemente com mais propensão a falhas. No caso do Liverpool, a forte retranca é parte integrante de sua forma de jogar. Para furar esta retranca, o time poderia chutar mais a gol e de forma mais caprichada. Diante das circunstâncias, foi um bom resultado. No segundo jogo, o Liverpool terá que ir mais para o jogo, o que pode facilitar o nosso lado. Importante não cair na catimba uruguaia. Eles vão usar muito do psicológico para reverter o resultado. Será um grande desafio para a jovem equipe tricolor. Acredito na vitória.

Panorama Tricolor

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Imagem: bati