Editorial – Todos ao Maracanã

BandeiraoO momento turbulento que o Fluminense tem atravessado desde 2013 tem um capítulo decisivo nesta quinta-feira, quando o Tricolor enfrentará o Horizonte pela Copa do Brasil 2014 na estreia de Cristóvão como treinador. Precisa vencer, com saldo e autoridade. Nunca é fácil.

Esta partida precisa contar com o apoio máximo dos torcedores nas arquibancadas. Explica-se.

Primeiro, a eliminação precoce na Copa do Brasil seria trágica do ponto de vista das perspectivas à frente neste ano: questão psicológica, reconstrução de um elenco veterano em termos de permanência no clube, ânimo da torcida.

Segundo, incensaria ainda mais o ambiente já conturbado do clube, onde os muitos erros administrativos do atual governo somam-se aos ataques coléricos de oposicionistas (leia-se situacionistas durante mais de uma década recente). Trata-se de uma batalha por questões pessoais que pouco ou nada favorece as Laranjeiras por ora. Não há novidades nesse processo. A velha disputa de poder que, feita dessa forma – violências verbais, verborragia, ameaças e ausência de sentimento de construção conjunta, só serve para prejudicar o Fluminense e sua torcida.

Terceiro, agravaria o round de enfrentamento do incrível embate velado(?) entre a patrocinadora e o clube, praticamente inédito no Brasil e que expõe claramente a fragilidade do Fluminense em termos de saúde econômica – mais um erro das sucessivas administrações que repetiu-se agora e que, no futuro, não será reparado por quem tanto grita aqui e acolá mas concedeu generosamente quando teve o poder da caneta e do planejamento às mãos.

Quarto, esmoreceria o item mais importante de todos no processo de reconstrução que o Tricolor tanto precisa ver em pleno voo: a adesão maciça ao programa Sócio Torcedor, não somente para fortalecer o clube, mas também tirá-lo da condição de refém de chantagens econômicas e fortalecer a instituição democrática, trazendo novos pontos de vista e debates capazes de colocar o Flu no século XXI de vez. Não há contentamento com vinte e poucos mil sócios, mas sim cem mil.

Quinto, uma eventual saída precoce da Copa do Brasil servirá de combustível – ou droga – para a esquadrilha de abutres da imprensa marrom antecipar o bombardeio que fará contra o Fluminense em todo este ano, visando abafar a inacreditável coincidência André Santos-Heverton.

Mais do que tudo isso, a característica comum a todas as pessoas que, de alguma forma, veem o “seu” Fluminense – leia-se NOSSO – é a paixão pelas três cores. Hoje, elas estão emperradas em campo. Que tal fazermos a nossa parte imediata tentando ajudar a colocar o time na próxima fase da Copa do Brasil? Depois, não adianta chorar o leite derramado e nem distribuir falácias pelas redes sociais.

É bom que se diga: com ingressos a R$ 10,00, R$ 5,00 e gratuito para sócios contribuintes, colocar 15 ou 20 mil pessoas é muito pouco para o time que escreveu algumas das mais importantes páginas da história do Maracanã. Até agora, não colocamos cinquenta mil torcedores nossos num jogo importante da nova era do eterno estádio. Vociferar e xingar em frente à televisão do bar ou no conforto de casa pode ser um direito mais do que democrático – e é -, mas tem se mostrado tecnicamente inútil.

O Fluminense precisa de força em campo, nas arquibancadas e dentro da sede. Hora de levantar os traseiros dos confortáveis sofás, empolgantes cadeiras e mesmo as mais simples nas tabernas. Falar é fácil; a história é escrita por quem age.

Todos ao Maracanã para torcer pelo FLUMINENSE. Horas de trégua e vaidades ocas de lado. O resto se conversa a partir da madrugada de sexta.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri