2015, Unimed e elenco – Parte I (por Marcelo Vivone)

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Notícias dão conta de que as negociações com a Unimed já começaram. O cenário aponta para a continuidade da parceria, mas com redução da grana injetada pela investidora no clube.

Caso a notícia seja confirmada, creio ser essa a melhor das 3 possibilidade para o ano que vem. As outras 2 seriam o rompimento total, o que ainda representaria um grande baque para o futebol do clube, ou a continuidade do modelo atual.

Digo isso porque os anos de 2013 e 2014 mostraram que o modelo atual é altamente nocivo ao clube. Primeiro, porque a investidora parece ter mais influência nas ações, comportamento e até comprometimento dos jogadores que a própria diretoria do clube. A sensação que tenho hoje é de que o treinador, a diretoria de futebol e o presidente do clube são reféns das vontades do grupo de jogadores, que têm grande parte de seus vencimentos pagos pela investidora.

Segundo, porque, caso o relacionamento continuasse no modelo atual, correríamos o risco de o clube continuar a incorrer no erro de não se preparar para um provável futuro rompimento entre as partes.

Vejo, portanto, esse possível novo formato da parceria como uma oportunidade ímpar de crescimento para o clube. Por um lado, teremos ainda um suporte da investidora para manutenção das principais peças do elenco atual e, de outro, espaço para o crescimento dos garotos da nossa tão falada geração de Xerém, mas que, na verdade, têm muito pouca oportunidade de entrar em campo, jogar, desenvolver seu potencial e dar retorno com títulos e até com vendas futuras para o exterior, depois de valorizados.

O planejamento precisa ser direcionado para fazer a mescla entre alguns jogadores experientes e consagrados do elenco atual com a juventude, a vontade de vencer na vida através do futebol, dos moleques de Xerém. Aliás, é a falta dessa disposição em cada jogada, como o faminto que disputa um prato de comida, um dos grandes problemas identificados pela torcida no elenco dos últimos 2 anos.

Outro ponto importante é que com a provável maior autonomia do Fluminense na hora de dispensar, garimpar Xerém e contratar, temos também uma chance única nos últimos anos de, finalmente, montarmos um elenco e um time equilibrado entre as suas linhas defensivas, de meio de campo e ofensivas.

Do grupo atual, Conca e Cícero devem ser nomes certos para 2015. Esses jogadores são imprescindíveis para qualquer aspiração que tenhamos em relação à conquista de títulos no próximo ano. Cavalieri e Fred para mim são 2 incógnitas, mas, em princípio, não conto com suas presenças. Além de serem muito caros para os seus retornos, contra Fred pesa ainda a capacidade que tem de desafiar publicamente a diretoria do clube. Fred é um caso que deve ser analisado pela diretoria também por suas ações extracampo.

Há ainda o caso de Wagner. Nosso jogador camisa 10 deve permanecer somente se for o jogador do 2º semestre de 2014. O outro Wagner, de todas as demais temporadas em que esteve no clube, não teria espaço em 2015.

Os demais jogadores de maior experiência devem ser todos orientados a procurar dignamente por novos clubes para a continuidade de suas carreiras. Todo respeito com aqueles que participaram de pelo menos um dos 2 títulos nacionais de 2010 e 2012 é pouco.

Diguinho, Carlinhos, Fabrício e Felipe Garcia, que têm seus contratos encerrados no final do ano, não devem ter seus vínculos renovados. Juntam-se aos primeiros jogadores como Sóbis, Bruno, Jean, Valencia, Henrique, Walter, Chiquinho e Wellington Silva. Todos têm hoje custo/benefício ruim para o clube e não há possibilidade de manutenção dessa relação no quadro financeiro de 2015. A negociação com outros clubes, vendendo ou emprestando esses jogadores que ainda terão contrato com o clube é a única solução que vejo.

Minha lista de dispensa inclui também o Gum. Admiro muito o espírito de luta que tem esse jogador, demonstrando sempre ter muito respeito às cores e à centenária história do clube. Nosso zagueiro nunca se furtou a dar o sangue em campo em busca das vitórias. Mas, por infelizmente, é um jogador muito limitado tecnicamente para o seu custo. Creio ser um perfil de jogador, pela relação entre benefício e custo, que não se encaixa no padrão necessário para o ano que vem.

A dispensa de pelos menos 12 jogadores, podendo chegar a 16 (dependendo dos casos de Cavalieri, Gum, Wagner e Fred) evidentemente significa que teremos um grande alívio das folhas de pagamento do Fluminense e da Unimed e até novo fôlego para buscar alguns jogadores de nível mais modesto no mercado.

Em termo de elenco, o vácuo criado com as dispensas abrirá espaço para um melhor aproveitamento da base. Utilização essa que deve ser criteriosa, já que vejo excessivo oba-oba da diretoria e, principalmente, da torcida na análise dos jogadores provenientes de Xerém. Vários meninos que estão hoje no clube não têm condições técnicas de serem realmente úteis.

Mas, sobre a montagem do elenco, com aproveitamento da garotada e contratações pontuais, adaptadas aos novos tempos financeiros de 2015, falo nas duas próximas colunas sobre o tema.

Panorama Tricolor 

@Panoramatri  @Mvivone

Imagem: google

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