2015 ainda não acabou (por Felipe Fleury)

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O ano ainda não terminou para o Fluminense. Ainda que se diga que as chances de rebaixamento são remotas – e são – vale aquela máxima do futebol para o atual momento tricolor no campeonato brasileiro: “o jogo só termina quando acaba”.

Uma vitória, que diante das circunstâncias, seria obrigatória contra o Atlético/PR, não veio. A equipe fez um excelente primeiro tempo, perdeu diversos gols – muitos em razão da interveniência direta do excelente goleiro adversário – mas se perdeu no segundo tempo, após sofrer o gol em falha da defesa – mais uma – e mexidas equivocadas do nosso atual treinador. Mas isso já são águas passadas.

Faço alusão a essa derrota apenas para justificar o assertiva de que o ano ainda não acabou para o Fluminense, pois diante de um retrospecto absolutamente negativo, será improvável que consigamos pontos nas partidas que nos restam fora de casa. E se perdemos para o Atlético, todo o cuidado será pouco para não sofrermos reveses também contra os dois adversários que enfrentaremos no Rio, Chapecoense e Avaí, e de quem, por obrigação – e para nossa salvação – deveremos conquistar os seis pontos que livrarão definitivamente o Fluminense do rebaixamento.

Mas, desses seis confrontos que restam, talvez o deste domingo seja o mais importante. Procrastinar a conquista dos pontos para tentar “resolver” contra Avaí e Chapecoense pode ser perigoso. Para um time que não inspira confiança, o melhor é que esses pontos venham o mais rapidamente possível, em que pese o retrospecto não seja favorável ao Fluminense nos confrontos contra o Vasco.

Deixando de lado as confusões protagonizadas pelo senhor Eurico Miranda, a maior motivação para se vencer o rival deve vir da própria tradição do clássico, que o Fluminense não vence há dez confrontos ou quase três anos! Uma vitória logo mais será um alento para o torcedor que pouco ou nada teve para comemorar desde 2013.

O Fluminense, em jogos oficiais contra o Vasco, tem 115 vitórias, contra 140 do rival, com 102 empates. São 25 vitórias a mais cruzmaltinas, número forjado sobretudo a partir da década de 1990. De lá para cá, foram 44 vitórias vascaínas contra 22 tricolores, ou seja, o dobro.

É um quadro que precisa ser revertido e não há momento melhor do que este. Desclassificado da Copa do Brasil, em duas partidas em que a arbitragem teve influência preponderante, o Flu precisa mostrar-se “mordido” e disputar a partida como se fosse uma final de campeonato, pois para os cruzmaltinos será uma verdadeira decisão de campeonato. A final que não conseguiu alcançar contra o Santos, deve ser agora disputada contra o Vasco: vale a possibilidade concreta de afastar-se definitivamente do risco de rebaixamento, a chance de romper a sina de derrotas recentes e diminuir a péssima estatística frente ao rival e, por fim, de empurrar mais um pouquinho o adversário em direção ao rebaixamento.

Se o torcedor não teve motivos para comemorar 2015, que também não tenha motivos para lamentá-lo ante um improvável, mas ainda real, risco de rebaixamento. O tricolor não merece tamanha afronta.

E é bom que se pense logo numa total reformulação do departamento de futebol para 2016, a começar pelo vice-presidente, passando pelo treinador e chegando ao elenco.

Muito precisa ser modificado, mas para que o Flu possa retomar o caminho das glórias é preciso que a limpeza comece de cima, que o seu departamento de futebol seja composto de profissionais do ramo, que o seu treinador esteja à altura da grandeza do clube e que os seus jogadores estejam aptos a envergarem a gloriosa camisa tricolor.

Se não houver mudanças substanciais, não teremos um 2016 muito diferente do que vivenciamos nos últimos anos, e aí, definitivamente, teremos que esperar que o voto do torcedor mude esse quadro fantasmagórico que se instalou no futebol do Fluminense desde 2013.

Vamos, então, dar o primeiro passo rumo a um bom 2016 vencendo o Vasco. Depois, urgirá arrumar a casa.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @FFleury

Imagem: pra

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