Há exatos dois anos atrás, o Fluminense escrevia mais um lindo capítulo da sua centenária história, com a principal conquista, até agora, do Século XXI, sendo também uma das maiores de sua existência.
Todo tricolor tem memória como vibrou, chorou e festejou aquela conquista épica, que nos encheu de orgulho e esperança. Afinal de contas, o Fluminense alcançava a tão sonhada Libertadores da América, quitando uma dívida com a própria história, mas para além disso, devolvendo o Fluminense para o lugar que pertence e que, jamais poderia ter saído: a prateleira mais alta do futebol brasileiro. A alegria era tanta que ninguém lamentou a sapatada que tomamos do City, na final do Mundial, contentando-se com o fato de termos jogado de forma honrada, apesar da goleada sofrida.
No entanto, eis que veio o ano de 2024. Peças absolutamente chaves daquele time iriam se despedir, tais como, Nino e André.
A reposição foi pífia e cara. Jogadores em final de carreira e outros tantos enganadores chegaram ao grupo sem nada acrescentar. Gente como Antônio Carlos, Gabriel Pires, Terans, Lucumi, Renato Augusto, Terans, Douglas Costa, entre outros, chegaram e, nada, mas absolutamente nada, acrescentaram.
Em compensação, jovens promessas saíram ainda muito cedo, sem ter tido uma chance melhor no elenco, tais como, Jefté, Kaiky Almeida, Esquerdinha, que se juntaram a André, Alexsander e o já mencionado Nino.
O time, definitivamente, piorou. Ainda deu para o gasto para faturar a tal Recopa Sul-americana, título de um único confronto, em dois jogos, contra o campeão daquilo que pode ser tido como a segunda divisão do continente, contra a “portentosa” LDU.
Não interessa. Ganhou troféu, deu volta olímpica, é título. Isso é verdade. Mas, já se notava que a coisa não andava mais tão bem.
O agradecimento aos jogadores campeões do ano anterior foram excessivos, sendo certo que, alguns mais jovens, a começar por JK, começaram a dar problemas de disciplina. Por outro lado, Mário Bitencourt passou a surfar na onda de 2023 e, esqueceu que tinha um ano inteiro pela frente. O time já não era mais o mesmo, mas o esquema já super manjado do teimoso Fernando Diniz, já não surpreendia mais ninguém.
Fizemos um Carioca pífio. Melancólico, eu diria. E, iniciamos o Brasileirão flertando com força com a segunda divisão. Estava na cara que o Dinizismo no Fluminense já tinha o prazo vencido.
Mas, não. Ao invés de perceber aquilo que estava claro na frente dos olhos que qualquer pessoa, mesmo que não tivesse dado dois treinos, Mário Bitencourt dobrou a aposta e renovou com o treinador.
Catástrofe total. Tanto que, um mês depois, com um aproveitamento horroroso, o Presidente demite o treinador, para contratar de afogadilho o contestado Mano Menezes.
Esse, por seu turno, conseguiu a “conquista” de nos livrar da segundona, na última rodada, conquistando uma vaga na insossa Sul-americana, onde recentemente fomos melancólicamenre eliminados pelo Lanús, em pleno Maracanã.
O ano de 2025, ainda nos rendeu um alento ao coração, por conta da bela e inesperada participação no Mundial. Aquele quarto lugar já pode ser tido como o feito do ano.
Mas, a verdade toda é que, a magia de ocupar a prateleira mais alta do futebol brasileiro, local que historicamente pertencemos, parece que virou ilusão. Continuamos a entupir o elenco de caras barangas, deixando nossos principais valores saírem por duas bananadas podres.
Vimos, por exemplo, em fevereiro, o Presidente espetaculosamente convocar uma coletiva para anunciar a renovação do Árias, nosso principal jogador, para depois de quatro meses, vendê-lo para o lanterna do campeonato inglês, a preços não mais do que ridículos. Afora isso, Kauã Elias surgia como eventual opção de centroavante, já que o Cano parece que já não mais consegue reeditar o biênio 22/23, tendo uma melancólica performance. Mas, não. Trouxemos para a posição o portentoso Everaldo, que dispensa comentários.
Claro, contratamos a peso de ouro jogadores como Cannobio, Serna, Moreno, Igor Rabelo e, o principal deles, Soteldo, outro que dispensa comentários, e não conseguimos montar um time confiável.
Hoje, lutamos para conseguir o “honroso se9 eu, cá de meu turno, ainda sonhando e festejando aquele mágico 04 de novembro.
Fazendo uma analogia a um certo samba da Mangueira, referindo-se à Lei Áurea, me vêm à mente alguns trechos da canção, que dizia: “Será, que já raiou a liberdade, ou se foi tudo ilusão?”

