Zubeldía precisará de coragem (por Flávio Souza)

Estamos ainda no início do trabalho do ainda jovem e promissor técnico Luis Zubeldía. Olhando apenas os resultados obtidos até o momento, o torcedor mais desatento poderia achar que está tudo bem, pois somamos quatro pontos ganhos na vitória contra o Botafogo no último final de semana e no empate fora de casa contra o Sport Clube Recife.

O que incomoda grande parte da torcida, apesar dos bons resultados nas duas partidas, é o desempenho da equipe em campo e com as escolhas da comissão técnica, tanto para os jogadores que têm escalado como titulares quanto para os que escolhe deixar dentro ou fora do banco de reservas.

Não acredito que, em pouco mais de uma semana de trabalho, a comissão técnica já tenha tido tempo suficiente para avaliar todos os jogadores do elenco. Nem acredito também que já seja tempo de criticá-la em função das escalações e substituições que têm sido feitas. O que espero é que esteja ficando claro para esta comissão que determinados jogadores não possuem a qualidade necessária para entrarem mais em campo pelo Fluminense.

O primeiro que eu gostaria de citar é Everaldo, que já há muito tempo demonstra que não tem nenhuma utilidade ao clube. Germán Cano, mesmo em final de carreira, tem se mostrado muito superior, sendo inclusive artilheiro do Fluminense em 2025. Soteldo, por sua vez, foi uma caríssima contratação e até o momento apenas atrapalhou a performance da equipe quando entra em campo.

Otávio, que esteve boa parte do ano contundido, é mais um jogador ruim que tem entrado em campo e ajudado a derrubar a performance da equipe. O meio de campo com Martinelli, Hércules e Acosta é muito promissor, mas as escolhas erradas da comissão nas substituições tem causado muitos problemas. Bom lembrar de Felipe Andrade, que poderia ser um bom reserva tanto para Martinelli quanto para Hércules.

Não é apenas um problema com os jogadores que entram em campo, as escolhas da comissão com os jogadores que sequer têm sido relacionados também tem sido ruins. Davi Schuindt, Julio Fidelis, Riquelme Felipe, Santi Moreno e outros jovens e recém contratados jogadores não têm sido relacionados nem para o banco de reservas.

É preciso que Zubeldía não repita os erros de todos os técnicos recentes do clube, ou as ordens que vem de cima. Se este cansativo esquema de contratação e escalação de jogadores que acontece já há anos no clube não for mudado, a tendência é de que continuemos assistindo essa verdadeira gangorra que temos vivido: Uma partida boa, outra ruim. Um ano com títulos, outro lutando contra o rebaixamento.

O trabalho está no início e há tempo de mudar, resta saber se desta vez a comissão técnica vai enxergar o que todo torcedor tricolor consegue facilmente ver. E, mais importante, se vai ter a coragem suficiente de fazer o trabalho que precisa ser feito, e se tiver pressões externas, pedir o boné e botar a boca no trombone.

Se liga, Zubeldia!

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