Só a sorte não basta para o Flu (por Claudia Mendes)

NUNCA FOMOS TÃO TRICOLORES

Nos últimos dois anos, o Fluminense fez seu torcedor ir do céu ao inferno. O elenco se desintegrou taticamente. Não tem mais aquela toada calma e ritmada que encantava. Na derrota para o Botafogo era um bando, um time remendado que não sabe a direção. Mais ainda, Fernando Diniz parece falar outro idioma, porque ninguém entende nada. Não muito distante, o time costumava voltar do intervalo cheio de ímpeto, fosse qual fosse o adversário. Isso acabou. Os veteranos perdem o fôlego e os demais ficam perdidos. Tá feio de ver.

Aquele Fluminense que encantava a todos, ao que parece, acabou mesmo. Tomara que eu esteja errada. Mas se acabou, precisa mudar radicalmente, com coragem para mexer. Desde o início falei que quando a tática de atrair o adversário com aqueles toquinhos (antes mágicos e certeiros) não fosse mais novidade, a carruagem viraria abóbora. O Fluminense atual é uma abóbora gigante. E não estou vendo magia que possa mudar esse cenário. Nem com a volta do André e com a entrada do repatriado Thiago Silva. Todo mundo já sabe como jogar contra nós. Os ratinhos não vêm mais inocentemente buscar o bacon na ratoeira. Nós é que estamos ficando presos nas armadilhas.

A gente só esperava que o treinador tivesse outras saídas. Pelo jeito não tem e pior: teima, erra, grita, esbraveja. Como se isso ganhasse jogo. Eu esperava mais do Diniz nessa adversidade. Me enganei e até o defendi. Mas a paciência acabou. Nosso desenho tático é samba de uma nota só. Seja jogando contra o furrequinha da esquina ou sendo o City. Isso é grave.

O sofrimento da vez é contra o Atlético Goianiense. O time de Goiás é nosso adversário direto na tabela do Brasileirão. Nem falo ainda dos confrontos com o Grêmio pela Libertadores, em agosto. Em dois meses, muitas águas vão rolar. Só que não deixa de ser preocupante.

Não dá é pra contar com a sorte, apenas. Que venham mudanças. Ou na cabeça do treinador ou, indubitavelmente, a novidade seria um outro técnico. Do jeito que está não pode ficar. Certo é que a torcida não merece essa cara de paisagem sem entender direito o que está acontecendo.