Quando meu amor encontrou o Flu (por Searon Cabral)

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Este ano do Fluminense tem sido marcado por grandes emoções. Título do Campeonato Carioca, eliminações frustrantes em campeonatos continentais e aposentadoria do Fred, um dos maiores ídolos da história do clube, com uma festa fantástica e gol emblemático no Maracanã.

O torcedor tricolor aparenta ter comprado a ideia de um clube com possibilidades de títulos, e com um estilo de jogo que encanta, comandado por um treinador motivador.

Com esse contexto, resolvi neste artigo falar do meu encontro com o Fluminense como relação de amor e o quanto as explosões de emoções concretizam esses sentimentos.

Em 2007, ainda com sete anos de idade, não vibrei muito com o título da Copa do Brasil. Mas estava feliz porque presenciei meu pai e meus irmãos vibrando.

Já em 2008, eu estava mais ciente, e encantado com a nossa torcida. Cada jogo era uma ansiedade, eu ia para a escola onde só tínhamos eu e mais um amigo tricolor, e conversávamos intensamente sobre as expectativas para o jogo.

E, ao sentar no sofá espremido com outros cinco irmãos, mais meu pai, ficava anestesiado vislumbrando aquelas cores, os cantos, as jogadas. Em um time que encantava, com um craque na defesa que era o Thiago Silva, cria de Xerém, e outro na meia, que com estilo, marra e brilhantismo conquistava um espaço de idolatria na vida daquela criança, que era o Thiago Neves.

O time jogou muito e foi para a libertadores. Não sabia exatamente a importância daquele campeonato na época, mas chorei com a derrota. Se no ano anterior a felicidade da minha família me fazia feliz, naquele dia era a minha tristeza que deixava todos tristes. Naquele momento, eu percebi que amava. E era intensamente.

Ainda não tinha celebrado um título do Fluminense como eu gostaria, mas eu já sentia algo muito profundo. Platão diz que “Só pelo amor o homem se realiza plenamente” e eu estava realizado por amar o Fluminense, pois a felicidade chegava e eu quando sentia tristeza pela derrota, entendia que era normal da vida. Uma forma de me preparar para aquilo que chamamos de vida. Tudo vira aprendizado.

Em 2009 eu coloquei expectativas, a chegada do Fred, o discurso de títulos. Naquela época eu já discutia para defender o Fluminense, usava argumentos até inexistentes para justificar os porquês de ser tricolor.

No entanto, foi o ano do QUASE, novamente. Quase campeão da Sul-americana, e quase rebaixado. Pode parecer que foi um processo simples pela forma que anuncio, mas não foi. Nesse ano o Futebol me fez questionar meu professor de Matemática, e estimulou-me a conhecer outras formas de fé.

Quando Fred liderou aquela fuga do rebaixamento junto com o Conca, eu vibrava a cada jogo, cantava, xingava, discutia. Eu só pedia pelo Fluminense, concentrava minhas energias nesse clube. No gol do Marquinho de falta contra o Coritiba eu sai correndo na rua, ninguém entendia. Ainda mais que estava lotado de flamenguistas comemorando o titulo do Brasileiro.

O que uma criança tricolor comemorava naquele dia? A eternidade do Fluminense. O encontro da paixão e do amor. A plenitude da felicidade através de um time de futebol. Nos anos seguintes foi só alegria com os títulos do Campeonato Brasileiro. Mas nenhum me ensinou a amar tanto o Fluminense como em 2008 e 2009.