Ali pelo fim dos anos 1970, embora a gente sempre desse umas chineladas, a carne de pescoço era o Flamengo. O Vasco era bem menos difícil de ganhar, sempre se falava da escrita e isso durou até 1993. Com o Botafogo nós trocamos goleadas de quatro.
Ainda impactado por Paulo Goulart, penso em 1980. A partida do primeiro vencemos por 2 a 1 de virada, gols de Gilberto e Robertinho. A final do turno ganhamos por 4 a 1 nos penais, e a grande final do campeonato foi decidida por Edinho, no dia em que Cartola morreu e Nelson Rodrigues ditou para Nelsinho a sua última crônica.
Outra fase boa contra o Vasco foi em 1987. Primeiro, os 3 a 0 da Taça Guanabara, onde a torcida deles vinha até onde fica a Young e Assis deu seu último grande baile. Depois os 2 a 0 com o gol de placa de Washington driblando o mundo inteiro.
Por fim, fevereiro de 1989. O Vasco tinha um timaço, o Flu havia desfeito o grande time tricampeão graças ao Fábio Egypto, ídolo do MaBi. A primeira vencemos por 1 a 0, gol contra de Zé do Carmo. A segunda foi o jogo dos jogos. Abrimos com Donizetti, eles empataram com um golaço de Bismark e viraram no último minuto com gol de Leonardo. O Wright inventou obstrução do Edinho dentro da área. Estávamos mais inteiros, passamos o trator na prorrogação, o primeiro gol com o jovem Zé Maria e o segundo na pintura de Washington, por cobertura, vencendo Acácio.
Logo mais tem um novo capítulo de Flu e Vasco, desta vez no Nilton Santos, desta vez num sábado à tarde. Os novos heróis dos garotos ainda serão conhecidos. A gente não devia abandonar o Brasileiro. O jeito é me apegar aos heróis de antigamente: vou de Assis, Washington e Paulo Goulart, todos trajados com o manto da eternidade e, por isso mesmo, deixando una saudade enorme.
Andel, peço, se possível, uma crônica tua sobre esta história do Vasco e o fim do racismo no futebol. Eles alegam serem pioneiros, mas em 1914 o Flu contratou Carlos Alberto, vindo do América, que usava o pó de arroz, pra disfarçar e isso acabou nos gerando o apelido, que começou como crítica( cfe. Luis Mendes em seu livro ‘As táticas do futebol’). Será verdade isso? Eles são mesmos os pioneiros? Seria possível uma crônica tua sobre isso?? Saudacoes tricolores…