O dia dos dias tricolores (por Paulo-Roberto Andel)

As próximas horas serão demolidores.

Chegamos até aqui com todo mérito, mas muito além de toda a expectativa da nossa torcida. Nós sabíamos das nossas deficiências, enquanto os adversários, incluídos os jornalistas, apenas debochavam das nossas chances.

Acontece que muito, muito antes de nós dois, eu e você, nascermos, o Fluminense já estava aí desafiando definições, devastando bravatagens e conquistando títulos. Imaginem vocês que chamavam de timinho uma equipe que tinha Castilho, Píndaro, Pinheiro, Didi, Telê e depois Waldo. Só podia ser uma piada de mau gosto. E muito antes disso o Fluminense já era um incômodo para as redações.

Assim como é uma verdadeira estupidez tratar o futebol brasileiro como nada diante do estrangeiro, também é tratar o Fluminense como inofensivo. O resultado aí está: haja o que houver nesta terça-feira, estar entre os quatro grandes do mundo é um orgulho enorme para o povo tricolor. O único time brasileiro nesta condição, deixando para trás equipes multicampeãs estrangeiras, uma potência brasileira e dois imensos rivais locais. Uma façanha única: quando a Copa do Mundo de Clubes terá novamente três times cariocas?

Para chegar até aqui, o Fluminense precisou superar muitos demônios, principalmente os internos, mas conseguiu. É uma façanha que vem se repetindo através dos tempos. Setenta anos depois de seu título mundial e dois anos depois de seu vice mundial, o Flu experimenta os holofotes e as atenções do mundo inteiro. É um momento especial e único, que deve ser sorvido como saboroso licor.

Até às seis da tarde desta terça-feira, tudo é Fluminense. Tudo pode acontecer e, se o melhor vier, decidiremos o título do mundo. Se não acontecer, teremos cumprido uma jornada admirável, que honra a história de uma instituição às vésperas de completar 123 anos. Homens, mulheres e crianças do mundo inteiro estão encantados com o nome e as cores do Fluminense.

Só nos resta viver.

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