Habemus Diniz! (por T. T. Paixão)

Quem acompanha o PANORAMA TRICOLOR e o parceiro CANTINHO DO LARANJAL sabe muito bem que eu não alimento nenhuma simpatia por Fernando Diniz. Porém, a renovação do contrato do dito cujo com o Fluminense até 2025 merece uma análise muito mais profunda do que o simples “não gosto dele”.

Exclusivamente em relação ao campo, a continuidade de Diniz representa a manutenção de um estilo de jogo ofensivo e de posse de bola. A construção da jogada ofensiva começa desde a defesa, priorizando a troca de passes e a movimentação constante dos jogadores. Isso pode resultar em um jogo envolvente  dificultando a marcação adversária, mas também expõe o time a erros individuais que podem favorecer os rivais, que já começam a entender a previsibilidade tricolor. Emoção é o que não falta, seja ela boa ou ruim.

O estilo de Diniz exige jogadores técnicos e disciplinados taticamente (falei igual ao Edgard FC, agora), capazes de executar suas ideias com precisão e que estejam no auge físico. A montagem do elenco, com diversas indicações pessoais do nosso treinador, muitas vezes vai na contramão de suas próprias ideias. A indicação de jogadores veteranos e fisicamente na descendente parecem autossabotagem.

A renovação do contrato só seria justificada caso a diretoria do Fluminense realizasse a manutenção de parte do atual elenco, com investimentos em jogadores que se encaixem no estilo de jogo proposto pelo treinador. E a utilização mais correta das inúmeras joias da nossa elogiada base. O que não vem sendo o caso, admitamos.

Outra coisa que pode ser considerada um ponto fraco é a teimosia em manter o mesmo esquema tático, mesmo diante de adversários que exijam uma postura diferente, levando a resultados negativos que irritam a parte crítica da torcida.

Reclama-se muito da falta de continuidade do trabalho dos treinadores no futebol brasileiro. Imprensa e torcida são quase unânimes nesse ponto.

A renovação de Diniz, mesmo num momento ruim do rendimento do time, pode ser considerada positiva, se analisarmos por esse ponto de vista; afinal, dar continuidade quando os resultados estão acontecendo no fundo não é continuidade, é o simples mais do mesmo.

O que não pode acontecer agora, é deixar que a pressão por resultados imediatos e a falta de títulos, ou uma sequência ruim de resultados, possa levar a sua demissão. Isso soaria como hipocrisia e oportunismo.

Se o Fluminense realmente pretende dar esse passo em direção ao amadurecimento da relação clube/treinador, a permanência de Diniz tem de ser garantida mesmo que os resultados demorem a retornar.

É claro que não sou nenhum abemolado a ponto de defender isso, caso o time esteja em sérios riscos de encarar uma Série B. Tudo tem limite.

Enfim, a renovação deste contrato reflete a confiança da diretoria comandada pelo nosso Autocrata Preferido. Confiança que o Tiranete terá a obrigação de manter em alta, fazendo com que o time volte a jogar o futebol que encantou o Brasil, e que, questionado ou não, nos levou ao título da Libertadores.

Da minha parte, prometo tentar deixar a antipatia de lado e analisar com a isenção que o leitor desta casa merece. É o mínimo exigido nessa relação construída por leitor e escritor.

No mais, boa sorte ao Fluminense nesta tentativa.

Abraços.