La Paz, umas das altitudes mais temidas do nosso continente como palco para um jogo que não despertou interesse na torcida local nem no treinador do Fluminense. Portaluppi, através da assessoria paralela do Fluminense, usou de uma ablação feita em 2020 para evitar o desgaste. Melhor ficar ao nível da praia, vendo e sentindo bolas subirem e descerem.
Com transmissão exclusiva do Paramount Plus, não teve jeito: quem não tem o costume de pongar transmissão, precisou pagar mais esse aplicativo para assistir ao jogo com um delay característico. Mas neste caso, tanto faz: todos saberíamos com atraso das barbeiragens em campo.
Além do treinador e da torcida local, parte do elenco também não se arriscou na Bolívia. Coube aos ilustres reservas, quase todos contratados a peso de ouro a missão de envergar a camisa tricolor, para delírio dos viajantes tricolores.
Em campo, um jogo abstrato, incapaz de excitar até mesmo o mais animado torcedor. Sabemos dos efeitos que o terreno elevado causa na bronco-aspiração de quem ainda não se acostumou com a menor massa atmosférica despejada sobre cabeças que vagam mais próximas ao nível dos oceanos, que dizem, tem se elevado ano após ano.
Eudes garantiu o zero no placar. O trio de ataque do Fluminense também, com destaque para Paulo Baya que, já sabedor da defesa institucional que o escrete terá em caso de revés, não se esforçou mais nem menos do que já está acostumado na baixada carioca.
Na volta do intervalo, Renato Augusto entrou em campo no lugar de Lavega, quem sabe visando ter mais atitude e intensidade na meiuca, mesmo sabendo que o ex-jogador de seleção brasileira tem mais lesões do que participações em gol com a camisa tricolor.
Demorou mas o gol da equipe local saiu em contra-ataque veloz, com direito a tropeço de Thiago Santos fora do lance de bola.
Com o planejamento de quem busca uma eliminação, o Fluminense segue o roteiro adotado por outros clubes brasileiros, que dizem que a Copa Sul-americana não está à altura de seus esforços.
Após o gol adversário, uma velha prática nefasta entrou em vigor: colocar moleques de Xerém em campo para ver se conseguem salvar o revés. A receita é óbvia: se der certo, batem no peito e dizem que foram geniais ao lançarem os mancebos; se der errado, basta dizer que os meninos ainda não estão prontos.
Com a derrota, uma certeza: se o Fluminense ainda quiser alguma coisa na competição, vai precisar focar nas próximas partidas. Não seria mais fácil focar até aqui, e caso a classificação já estivesse encaminhada, poder poupar no porvir?
Não sabemos. Só uma certeza: o planejamento adotado pelo Fluminense de Mário & Angioni & shallow now obedece a uma lógica ainda não compreendida por meros mortais como eu e vocês.
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GV SAN JOSE 1 x 0 FLUMINENSE
Copa Sul-americana – 4ª Rodada (fase de grupos)
Estádio Hernando Siles – La Paz, Bolívia
Quinta-feira, 08/05/2025 – 21:30h (Brasília)
Renda:
Público:
Arbitragem: Alexis Herrera. Assistentes: Alberto Ponte e José Martínez. Quarto Árbitro: Yender Herrera Toledo.
Cartões Amarelos: Fernando Arizmendi 18′ (GV SAN JOSE); Joaquín Lavega 45’+2′ (FLUMINENSE)
Gol: Moises Calero 69′ (GV SAN JOSE)
GV SAN JOSE: 1-Bruno Poveda; 2-Jhoni Ramallo, 33-Andrés Landa, 5-Augusto Seimandi© e 22-Dico Roca; 12-Alexis Ribera (10-Samuel Galindo 46′), 21-Joel Bejarano (15-Sergio Villamíl 65′), 16-Fernando Arismendi e 30-Fabricio Vasquez (14-Moises Calero 65′); 11-Joel López Pissano (55-Diego Vargas 87′) e 17-Ferddy Rocca (9-Raul Becerra 46′). Téc.: Eduardo Villegas. 4-4-2
FLUMINENSE: 98-Vitor Eudes; 23-Guga, 26-Manoel, 29-Thiago Santos e 6-Renê; 5-Facundo Bernal©, 35-Hércules (25-Kelwin 79′), 19-Joaquín Lavega (7-Renato Augusto 46′), 77-Paulo Baya e 18-Ruben Lezcano (37-Isaque 69′); 90-Kevin Serna. Téc.: Alexandre Mendes. 4-2-3-1