Fluminense 2 x 2 Fortaleza (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, quero começar essa crônica destacando a partida primorosa de Samuel Xavier diante do Fortaleza. O lance do gol de empate foi só o ponto máximo de uma grande atuação, praticamente sem erros e de êxito em quase todos os enfrentamentos ao longo do difícil confronto contra um dos aspirantes ao título brasileiro da temporada.

Aliás, pela condição atual do Fortaleza, era presumível que teríamos uma agenda pesada no Maracanã. E assim o foi. O Fluminense começou o jogo muito bem, dando a impressão de que amassaria o time de Vojvoda. Tanto é assim que fez o primeiro gol, marcado por Lima, após jogada cinematográfica de Keno, quase que ao estilo Garrincha. Teve, ainda, a possibilidade de marcar o segundo.

Martinelli, que, tirando o lance fatídico, fez boa partida, complicou nossa situação ao tentar enfeitar um domínio quase junto à linha central do campo, sem que tivesse, ao menos, uma visão razoável de seu entorno. Acabou desarmado e o Fortaleza empatou ainda aos 20 minutos.

O jogo mudou de figura, o Fortaleza equilibrou, conseguiu obstruir todas as nossas manobras ofensivas e passou a pacientemente tentar provocar nossos erros. O lance da virada pegou nossa defesa aberta e Marinho marcou belo gol para os cearenses.
O segundo tempo foi cheio de mexidas de ambos os lados, até que Germán Cano marcou o gol de empate depois de jogada individual de Samuel Xavier, com direito a caneta e cruzamento que Renato Augusto escorou antes de o artilheiro marcar com uma cabeçada oportunista, meio de lado, meio de frente, meio de costas.

O resultado não foi bom pela tabela, mas foi bem razoável pelo que foi a partida e pelo tamanho do adversário. Diante das atuais circunstâncias, um ponto diante do Fortaleza não pode ser desprezado, diferentemente do que se espera na próxima terça-feira, quando enfrentaremos o Criciúma num duelo direto contra o rebaixamento.

Um desfecho frustrante para um roteiro previsível diante dos erros absurdos cometidos desde o início da temporada, que repetiram os de 2023, mas acabaram escondidos pela conquista da Libertadores. Não vou repetir aqui a lista de bobagens que nos levaram a, em determinado momento, ocupar a lanterna do Campeonato Brasileiro a cinco pontos de distância do vice lanterna.

O fato é que os erros de gestão do futebol de 2023 se repetiram em 2024, só que de maneira bem mais robusta, avalizados pelos resultados do ano anterior. A temporada é decepcionante, mas os resultados e o momento que vivemos não são surpreendentes.

Só nos resta viver com dignidade esse final de tenebrosa jornada, sem saber o que nos espera depois da inquietante bifurcação diante da qual estamos. Que tomemos o rumo da estrada que nos mantém na Série A, é o que importa para o momento, mas sem deixarmos de reconhecer o risco existencial ao qual estamos expostos com essa atual gestão, que caminha para elevar nossa dívida para um patamar superior aos 900 milhões.

Saudações Tricolores!