Amigos, amigas, diz a lenda que ganhar de virada é mais gostoso. E foi assim que o Fluminense derrotou nosso grande rival na noite deste sábado glorioso. Um jogo que teve personagem, herói e melhor em campo personificados em um mesmo atleta.
Tenho minhas restrições ao comportamento de Guga após o gol do Vasco, o primeiro do jogo. Tem coisas que são de torcedor e tem coisas que são de atleta. Tirar satisfações com o menino adversário por conta de sua provocação à torcida do Fluminense me parece chato. Em outros tempos, esse tipo de atitude provocativa fazia parte da diversão.
Os jogadores do Fluminense poderiam, após os gols da virada, tentar fazer o B com as mãos, mas seria preciso muitas, além de muita engenhosidade, para coreografar tantos Bs. O fato é que Guga teve participação nos três gols da partida, inclusive o do adversário, criando uma confusão enorme, mas mostrando que estava com sangue nos olhos e que seria o nome do jogo.
No lance do gol de empate, ainda na primeira etapa, fez cruzamento preciso para Lima, quase uma assistência, não fosse a defesa de Leo Jardim, antes de Vegetti empurrar a bola contra o próprio gol. Aos 43 minutos da segunda etapa, quando tudo indicava a igualdade no placar como resultado final, acertou um chute espetacular do meio da rua. A bola alcançou o ângulo direito do arqueiro vascaíno, fazendo o Maracanã explodir, como num conto de fadas.
Que golaço! Se já era o personagem do jogo e o melhor em campo, Guga saiu como artilheiro e herói, marcando, provavelmente, o mais lindo gol do Fluminense na temporada. Está de parabéns.
Renato, dentro de suas crenças, escalou bem o time. Com Lima na vaga de Ganso, ganhou mais intensidade e pressionou o Vasco nos primeiros 8 minutos de partida, mas sem criar oportunidades claras de gol. Aos poucos, o jogo foi ficando equilibrado e vivemos nosso pior momento após o gol deles em jogada de bola parada. Na sequência, Freytes fez mais uma de suas lambanças. Como último homem, carimbou o adversário, que avançou e chutou para defesa precisa de Fábio. Em seguida, levamos uma bola no travessão de fora da área, lance do qual os bares estariam falando durante a semana caso a bola tivesse entrado, mas a noite estava reservada para o recital de Guga.
Terminou o primeiro tempo com ligeiro predomínio e mais oportunidades do Fluminense. As melhores, porém, foram as do adversário. Não sem antes, porém, que o Prêmio Nobel do Esporte encontrasse as redes com um gol contra.
A segunda etapa foi praticamente toda do Fluminense, que ainda ganhou criatividade e fluidez com a entrada de Ganso no lugar de Lima. O Vasco até conseguiu equilibrar o jogo no meio, mas fomos nós que ficamos mais próximos do gol. Não se viu, aliás, sinal do modelo de jogo de Diniz, ao contrário do que eu observara na vitória do Vasco sobre o Fortaleza na rodada anterior. Mérito para Renato, que neutralizou bem o jogo adversário, e Coutinho, que levou um cartão vermelho ridículo naquele duelo. Melhor para nós. O Vasco esteve estéril nas ações de meio de campo.
Não foi uma grande exibição do Fluminense, mas não deixou de ser uma demarcação de território. Ninguém nos passa na rodada, mas precisamos fazer mais para sermos dignos de alcançar objetivos maiores na temporada. Não podemos depender, para ganhar uma partida, de um gol contra e de um momento mágico de um jogador, que, aos 43 minutos, acerta um petardo à moda Nelinho (quem viu vai entender) para decretar nossa vitória.
Todas as baterias voltadas para a próxima quinta-feira, quando, no Maracanã, o Flu enfrenta o Once Caldas, precisando vencer para garantir a vaga na próxima fase da Sul Americana, uma competição que ainda não ganhamos. Talvez a única entre as que disputamos.
Saudações Tricolores!