Flu, a um mês do Mundial de Clubes (por Flávio Souza)

Estamos hoje exatamente a um mês da estreia do Fluminense na primeira edição do Super Mundial de Clubes da FIFA. Nosso primeiro jogo será no dia 17 de junho contra o time alemão do Borussia Dortmund. Na sequência, no dia 21 de junho, faremos nossa segunda partida contra o time da Coréia do Sul, o Ulsan Hyundai. Nossa última partida da primeira fase será contra o time africano do Mamelodi Sundowns, prevista para acontecer no dia 25 de junho.

O regulamento estabelece que os dois primeiros colocados de cada grupo se classificam para a fase de oitavas de final, semelhante ao que acontece atualmente na Copa do Mundo de Seleções. Os cruzamentos das oitavas irão acontecer entre os primeiros de cada um dos oito grupos contra os segundos colocados.

O Fluminense terá, neste período de um mês até a principal competição do ano, os seguintes jogos:

Juventude x Fluminense no próximo domingo, pelo Campeonato Brasileiro;

Aparecidense x Fluminense na próxima quarta-feira, dia 21 de maio, pela Copa do Brasil;

Fluminense x Vasco no sábado seguinte, dia 24/5, pelo Campeonato Brasileiro;

Fluminense x Once Caldas, dia 29 de maio, pela Copa Sul-americana;

Internacional x Fluminense, dia primeiro de junho, pelo Campeonato Brasileiro;

O time não terá nenhuma folga até a viagem para os EUA, jogando a cada três ou quatro dias, com pouco tempo para treinamentos e precisando fazer uso de muitos jogadores, pois nosso elenco tem um bom número de jogadores acima dos 35 anos que não suportarão essa sequência.

Entre a última partida no Brasil e a estreia no Super Mundial, o Fluminense terá duas semanas de intervalo, entre os dias 2 e 17 de junho, para viajar, se adaptar e treinar até o primeiro jogo. Será o primeiro período sem partidas que o técnico Renato Portaluppi terá para trabalhar com o elenco desde que retornou ao Fluminense em mais uma passagem como técnico.

Me preocupam bastante tanto o elenco quanto as atuações que o time vem apresentando, apesar de ocuparmos atualmente a quinta colocação no Campeonato Brasileiro e estarmos a apenas uma vitória da classificação nas próximas fases da Copa Sulamericana e da Copa do Brasil.

Nossas apresentações têm sido muito aquém do esperado, tendo dificuldades contra times do Z4 do Brasileirão e até mesmo contra times de pouquíssima expressão da Copa Sul-americana. Uma breve comparação de algumas posições chave do elenco do time de 2023, quando fomos campeões da Libertadores, com o atual pode dar clareza do nosso atual problema:

André e Alexander foram substituídos por Otávio e Facundo Bernal;

Nino foi substituído por Antônio Carlos e depois por Ignácio;

JK e Kauan Elias foram substituídos por Everaldo e Paulo Baya;

Apesar da gestão atual do Fluminense ter desembolsado mais de cem milhões de Reais em contratações, temos possivelmente o pior elenco dos últimos anos. Ver Everaldo vestindo a camisa 9 de JK é algo vergonhoso. Assistir Paulo Baya entrando em campo chega a ser surreal, sabendo que temos uma das melhores bases do Brasil.

É claro que o técnico Renato tem sua responsabilidade, pois é ele quem treina, relaciona, escala e substitui os jogadores, porém não podemos deixar de apontar a maior responsabilidade para o atual presidente do clube. Ele, que acumula a função de Diretor de Futebol, deve ser responsabilizado por ter torrado o caixa do clube com contratações de jogadores muito abaixo do nível mínimo para jogar no Fluminense, principalmente com as competições que temos no calendário.

Em razão do Super Mundial de Clubes a Fifa irá abrir uma janela extra de transferências. Teremos a chance, claro, se ainda houver dinheiro em caixa depois do desastre da última janela, de trazer jogadores de mais alto nível para chegarem e já serem titulares. Precisamos de um zagueiro, um meia criativo, laterais e um atacante, todos para serem titulares ou reservas imediatos.

Se nada for feito no sentido de fortalecer o elenco, temo que seja mais uma temporada como 2024, tentando apenas sobreviver na primeira divisão do Brasileirão, ou pior, que além disso possamos passar vergonha no Mundial, sendo espancados impiedosamente pelo Borússia e fazendo jogos dificílimos contra os dois times de pouca expressão do grupo.

Ainda é possível mudar a rota, mas precisamos contratar com precisão. A repetir o que tem sido nossas últimas janelas, infelizmente apenas encontraremos vergonha e humilhação.

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