O jogo político do Fluminense já está a pleno vapor e com isso pululam as reuniões e contatos buscando apoios, adesões e a montagem de chapas.
André Horta anunciou sua pré-candidatura, Ademar Arrais é candidato já lançado e a qualquer momento a Frente Ampla Tricolor deverá lançar seu nome para a disputa, afora outras movimentações.
Na democracia, o diálogo é fundamental assim como a urbanidade e a civilidade. Ao mesmo tempo, um ditado popular contestável diz que não se recusa voto nem apoio.
No caso do Fluminense, parece que alguns cuidados precisam ser tomados por algumas lideranças da oposição tricolor. Ao mesmo tempo em que dialogar e unir é importante, não se espera da oposição apenas que pareça diferente, mas que seja realmente diferente. E para isso não cabe nenhum tipo de aproximação com notórios ex-sustentadores (remunerados) da gestão Emebê.
Foi o caso recente, quando personalidades da oposição posaram voluntariamente para uma foto com o Sr. Monteagudo num evento público. Embora anônimo para a maioria da torcida tricolor, o referido senhor foi por quase cinco anos o ponta de lança da Mabilândia, até que sua demissão determinou o rompimento com o Sr. Emebê e a súbita postura oposicionista.
A foto, por mais que fosse apenas um registro amistoso, virou uma peça política. E de mau gosto.
É pleno direito do Sr. Monteagudo em mudar de posição e opinião. Agora, o rompante em cima do laço eleitoral evidentemente põe em xeque a credibilidade do ato.
Quem esteve por anos em veemente defesa de uma gestão perdulária, cercada de dúvidas éticas e numerárias, mais balanços manipulados e um frenético entra e sai de jogadores veteranos pagos com as jóias torradas de Xerém, agora tem condições de negar sua participação? É lógico que não.
Este PANORAMA TRICOLOR repudia vigorosamente qualquer intimidade maior da legítima oposição tricolor, há anos estabelecida, com qualquer integrante ou ex-integrante de sustentação da gestão Emebê, sem exceções. Não há nenhuma questão pessoal envolvida nesta sentença, mas apenas coerência diante do trabalho realizado há quase 13 anos nesta casa. A eleição de 2016 e suas consequências deixaram lições eternas que nenhum candidato de oposição deve desprezar, isso se realmente quiser vencer o pleito em vez de fazer apenas figuração.
O Fluminense precisa de transformações profundas, não apenas de arranjos de ocasião. De mais do mesmo, basta a atual gestão.