Depois do fantástico sonho tricolor (por Paulo-Roberto Andel)

Há um ou dois meses, nem o mais otimista dos tricolores acreditaria que o Fluminense poderia terminar o Mundial de Clubes no BIG4. Por si só, esse é um resultado fantástico, eterno e que refez a imagem do futebol brasileiro perante o mundo.

Foi um sonho espetacular. O nosso time, cheio de problemas como o clube inteiro, se superou maravilhosamente. É a força de uma camisa de 123 anos e dos homens que a defenderam.

Num árduo e longo processo de anos, o Flu chegou lá. É uma vitória de muitos jogadores e treinadores também – para que Renato conseguisse esse grande feito, teve o trabalho de Diniz para ganhar a Libertadores 2023 e o de Mano Menezes para salvar o Fluminense em 2024. No futebol não existe Rei-Sol. Tudo advém de esforços coletivos.

Nos EUA, o elenco do Fluminense fez tudo que podia e só não fez mais por conta de problemas que já tínhamos antes do Mundial. Por quase um mês, vivemos um sonho maravilhoso que ainda vai nos inspirar por muito, muito tempo.

No entanto, alguns pontos chamam a atenção. Se Fábio e Thiago Silva brilharam na Copa, e realmente brilharam, diante do Chelsea ficou nítido que Martinelli faz uma falta colossal ao meio de campo. E que de certa forma murchamos porque nosso herói Jhon Arias não consegue jogar todas as partidas com nota 10 fazendo quase tudo sozinho, porque isso é simplesmente desumano – mesmo assim, ele é um monstro!

O que faltou na semifinal foi também ter opções melhores no elenco, e isso não foi problema de dinheiro, mas de planejamento e gerenciamento. Isso fica para outra hora.

Tomara que a direção do clube entenda de uma vez por todas que essa conversa de “torcer contra por política do clube” é de uma burrice constrangedora. A sede estava abarrotada de gente ontem, e muitos discordam dos duvidosos rumos financeiros do Fluminense. Gritaram, cantaram, choraram, viveram o Flu à flor da pele.

Perder é sempre ruim, ainda mais com gols de um jovem craque que devia ter jogado muito mais com a nossa camisa. Isso também foi uma lição útil.

Agora, o sonho foi maravilhoso. É difícil dizer quando poderemos vivê-lo de novo, mas é preciso seguir em frente. Temos a Sul-americana, a Copa do Brasil e o Brasileiro. O Fluminense voltou dos EUA maior do que era, e todos juntos precisamos entender o processo. Deixamos 32 grandes equipes para trás. As marcas deste Mundial de Clubes vão ficar para sempre. É preciso saber utilizá-las agora que voltamos à realidade.

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