Aumentou o sarrafo do Flu (por Claudia Mendes)

Com as atuações de 2022 (principalmente) e de 2023, a torcida do Fluminense ficou mais exigente. Normal e justo. E esse ano o time ainda não deu liga. Tá morno, sem gás, irritante, esquisito. Aquela energia que vinha das arquibancadas ficou meio que bloqueada.

Já chegando do meio do ano, a gente questiona quais seriam os motivos para esse apagão. Será que o fato de ter a metade do time acima dos 30 anos? A eterna teimosia do nosso treinador? A escalação de alguns fora da posição? Ao meu ver, e já venho falando disso aqui, é a falta de renovação. O grupo tem qualidade e talento inquestionáveis. Mas está envelhecido de fato. Isso não é uma crítica, é realidade.

Por que não utilizar mais a base, detentora de quase todos os títulos disputados do sub-15 ao sub-20? Pelo menos testar os atletas, dar rodagem, experiência, os colocando no grupo aos poucos, como fizeram com JK, Alecxander e Felipe Andrade. Falta alguém da comissão técnica que olhe isso mais seriamente.

Com a renovação do contrato do Fernando Diniz até o final de 2025, essa virada de chave precisa ser acelerada. É lógico que alguns titulares não terão vida útil com qualidade nas próximas competições. É só olhar a exaustão e a queda de rendimento na metade do segundo tempo. Não falo de qualidade técnica, que fique claro.

O torcedor fica desmotivado e isso passa para o campo. Até o artilheiro Cano anda exausto. Principalmente porque, desde a contusão do André, ele tem a missão de voltar para ajudar na marcação, aos 35 anos. Nunca reclamou, mas acaba prejudicado na sua missão de estufar as redes.

Hoje ouvi que “de fora é fácil falar”. Não é nada fácil! A gente sofre todo jogo com aquela trocação de passes na defesa, rezando para que a bola chegue lá na frente como chegava antes. A torcida ainda tem na memória um passado recente em que a objetividade era rotina. Esse foi o ponto alto do sucesso e dos títulos. O Fluminense tinha objetivos, sangue nos olhos, organização tática, vontade. E se nada disso puder ser visto novamente, que se renove. O torcedor não pode mais esperar.