Bem-vindos a 2013, 14, 15, 16, 17, 18, 19! (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, chegamos oficialmente a 2019 com a reapresentação de nosso enfraquecido elenco. Perdemos Gum, Sornoza, Júlio César, Jadson, Richard e Ayrton Lucas. Talvez não tenhamos Digão. Não há nenhum indício de que os que chegam, em menor número, serão capazes de equilibrar essa balança.

Nossa esperança está, a partir de agora, depositada em duas variáveis: Fernando Diniz e os jovens que chegam da base. É impressionante, inclusive, como nós chegamos a 2019 repetindo a mesma ladainha de 2013. Naquela ocasião, eu batia na tecla de que precisávamos dar um rumo ao nosso futebol, criando um modelo padronizado de trabalho, um modelo integrado de jogo e até uma filosofia de negócios clara para o setor.

Passados seis anos, estamos rigorosamente no mesmo lugar. O Fluminense até evoluiu estruturalmente com o CT profissional e continua tendo um bom trabalho de formação, mas essas variáveis não se combinam e não produzem outros frutos que não os de evitar que o clube se esborrache na segunda divisão ou feche as portas por insolvência.

A diferença para 2013 é que não temos um timaço campeão brasileiro no ano anterior, que era uma excelente base para começar a reconstruir, baratear e rejuvenescer o elenco. O que temos agora é o que sobrou de um time que terminou o ano quase fazendo um 2009 ao contrário, obtendo um rebaixamento milagroso na última rodada.

Nada disso é por acaso. Essa situação caótica foi construída sistematicamente a partir de 2014, antes mesmo da saída da Unimed. Dívidas não contabilizadas, sendo empurradas com a barriga, obrigações assumidas sem que o clube tivesse capacidade de honrá-las, liquidação de ativos esportivos, entra e sai de jogadores, salários altos, contratações duvidosas e calotes em empresários.

Diz o presidente Abad em entrevista recente que o Fluminense sofreu R$ 78 milhões em penhoras em 2018. Se não fosse a redução drástica das despesas, a venda de Wendel, Dourado, a graninha do Richarlison e outras graninhas mais, o Fluminense não chegaria vivo a 2019. Temos um clube respirando por tubos, que precisa de união e arrojo para pavimentar a saída da crise em alguns anos para voltar a ser competitivo em outros tantos mais. O que temos, no entanto, é instabilidade política, luta por poder, tentativas de mudar as regras do jogo.

Infelizmente, a gente só pode esperar do Fluminense aquilo que vem do campo. Que Diniz acerte o time, que os jogadores se encaixem e que a gente surpreenda. Da política, infelizmente, a única coisa que podemos esperar é muita confusão, muito disse me disse e um ano conturbado, ao final do qual – quem sabe? – poderemos ter a perspectiva de que em 2020 estejamos escrevendo coisas diferentes aqui.

Tirando tudo isso, um excelente 2019 para todos!

Saudações Tricolores!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri