Uma vitória insossa sobre o Botafogo (por Paulo-Roberto Andel)

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Quando o jogo começou, eu estava pacientemente esperando o 247 no Passeio Público, depois de mais um dia difícil. E aí pensei que tudo estava fora da ordem, porque uma decisão de vaga para a final precisava ter o Maracanã ou o Engenhão lotados, com gente como eu, que sempre esteve perto. O borderô demonstra bem o desprezo das torcidas pela partida. Que tristeza.

Enquanto a ilusão das vitórias consecutivas do Tricolor permaneceu, tudo foi varrido para debaixo do tapete e as memórias seletivas brilharam, mas a verdade é que o Fluminense, escalado como é por Abel, não ganha um primeiro tempo sequer nem faz um gol. Só reage com as modificações no segundo tempo. É tão óbvio que surpreende saber sobre quem ainda não enxergou isso.

A maior parte do clássico foi absolutamente insossa. Depois de modificado, o Fluminense fez seu gol com Arias, garantiu o resultado e agora tem um pé e meio em mais uma final do Carioca. A se confirmar, será a quarta em seis temporadas. Garfado em 2017, figurativo em 2020 e 2021, o Fluminense precisará se reinventar para escapar da pecha incômoda de tetra vice e impedir que o rival conquiste o primeiro tetra campeonato de sua história. Mas tudo isso é apenas especulação, já que o segundo jogo contra o Botafogo acontecerá no próximo domingo. Seja o que for, o Flu só tem chances de título se Abel suspender sua escalação e esquema tático extraterrestres.

Agora é torcer e suspirar para que o Fluminense dentro do campo não reflita o carrossel de mentiras, arrogância e fracassos de sua atual gestão, uma continuação piorada das anteriores. A torcida que não é boba mandou seu recado na arquibancada com todas as letras, bem ao estilo que merece a gestão das notas oficiais. Que tudo dê certo no domingo que vem.