Um peso, duas medidas, vencer ou vencer! (por Paulo-Roberto Andel)

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O torcedor tem todo o direito de sonhar, fantasiar e acreditar. Estamos aqui para isso.

Torcer é mergulhar na surpresa, boa ou má. O PANORAMA só existe porque é feito por torcedores. O que seria do futebol sem paixão e crença? Nada além de um passatempo.

Às vezes, nem precisa ser propriamente sonho ou fantasia. Até porque o Fluminense está mais do que acostumado a desafiar definições e reverter situações difíceis, contra seus adversários de vertente exógena ou mesmo endógena.

Um empate com gols na Arena do Grêmio garante a classificação do Flu às semifinais da Copa do Brasil. Não é nenhum absurdo. Apenas mais uma partida difícil.

O problema pode estar no foco. Ou na falta dele, algo recorrente nas últimas estações das Laranjeiras, infelizmente.

Em qualquer competição que dispute, o Tricolor precisa estar em condição de conquista. É um fato. No entanto, a gravidade do momento no campeonato brasileiro exige que a ele se dê concentração máxima.

Não se trata de ignorar a outra competição, mas sim de focar no que é mais importante. Por mais que seja bem vindo, nenhum título da Copa do Brasil será capaz de superar a dor de um eventual descenso.

Quem viveu os anos de chumbo de 1996 a 1998, sem esquecer 2013, sabe muito bem o que significa.

O principal foco do Fluminense é hoje, logo mais diante do Goiás. É uma partida de doze pontos, fundamental para as pretensões tricolores. É uma decisão. Depois, a dureza dos confrontos contra Santos e São Paulo.

A fraca atuação diante do Grêmio ao menos mostrou melhoria no empenho coletivo do time. É um momento de mais atitude e menos holofotes. Que assim seja.

Precisamos muito de uma vitória hoje à noite. Urgentemente.

Se avançarmos na Copa do Brasil, excelente, legal, que bom. Mas a luta para não sofrer a famigerada ameaça de rebaixamento é de uma evidência translúcida.

Vencer ou vencer o Goiás: o lema do eterno presidente Horta é imprescindível daqui a pouco.

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O desmentido veloz e veemente sobre o publicado pelo escritor João Marcelo Garcez (um dos próceres da literatura tricolor), em seu blog no sábado passado, por meio de uma nota oficial do clube à madrugada (algo inédito na história da comunicação de Álvaro Chaves), foi um fato isolado.

Não encontrou eco para tema infinitamente mais grave, publicado em O Globo com o título de Flu of Thrones, três dias depois, em larga escala e grande manchete.

O comando tricolor deixou (mais uma vez) a impressão de rechaçar os defensores do clube e fazer vista grossa aos que utilizam as Laranjeiras como vidraça midiática. E de imperícia diante das duas situações – a primeira, pela tentativa (mesmo que involuntária) de desacreditar o brilhante trabalho que Garcez faz há anos em defesa do clube, numa espécie de recado aos demais blogueiros; a segunda, pela leniência diante do que pode (ou não) ter sido mais um incêndio da FlaPress. Desnecessário falar sobre a defesa com rechitégues e o texto ghostwriter de Edson.

Um peso, duas medidas, mais uma bobagem.

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Há muito tempo, coisa de anos e mais acentuadamente desde 2012, um problema vem (nem tão) silenciosamente contaminando as arquibancadas do Fluminense.

Não cheguei nas cadeiras agora, mas em 1978, de modo que aqui não tem otário.

Tenho reparado o problema de longe. 

Todos torcemos para o Fluminense e ninguém é mais tricolor do que ninguém. As arquibancadas e o clube não precisam de uma TFP. E nem vão ter.

Que a lucidez prevaleça logo mais, no campo e nas arquibancadas.

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Não deixe de ler o texto antológico do camarada Marcelo Savioli, em O´Tricolor. Radiografia perfeita do atual cenário. Clique aqui.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: exulla

CAPA O FLUMINENSE QUE EU VIVI AUTÓGRAFOS