Um Fluminense que nos faz sonhar (por Paulo Rocha)

Dez vitórias consecutivas, algo que não acontecia há mais de um século. Dentre elas, triunfos contra os maiores rivais e também sobre um aguerrido time colombiano. Não, torcedor tricolor, você não está sonhando. O Fluminense, que superou a primeira fase da pré-Libertadores e pode conquistar a Taça Guanabara no próximo sábado, está se consolidando como o time a ser batido neste início de temporada do futebol brasileiro.

Contudo, os resultados não podem – nem devem – mascarar as deficiências que ainda existem na equipe comandada por Abel Braga. O time ainda oscila durante os jogos. Até mesmo na vitória sobre o Vasco, quando massacrou o adversário no primeiro tempo, começou a segunda etapa vacilante, dando espaços demais.

Nos jogos contra o Millonarios, houve momentos em que chegamos a temer o pior. Mas a expulsão precoce de um atacante colombiano em Bogotá (além da defesa de pênalti de Fábio num momento crucial do duelo) e o apoio espetacular da torcida em São Januário jogaram ao nosso lado. Que bom que foi assim. A sorte é um bônus que acompanha os predestinados.

O elenco tricolor deste ano permite que duas competições sejam disputadas paralelamente com excelência. Temos dois times bastante competitivos. E no futebol atual isso parece ser indispensável ao clube que almeja conquistas. Quantidade com qualidade, esta é a fórmula.

Que essa caminhada continue da mesma maneira, que possamos tirar, este ano, o grito entalado na nossa garganta. O Fluminense está recuperando a vocação da vitória que parecia tão esquecida. Nos fazendo sorrir num tempo de guerra, de tragédias, de desigualdade. O futebol é o espelho da vida. E a esperança é o combustível que nos leva a acreditar que viver vale a pena.