Todos ao Maracanã contra o Atlético! (por Aloísio Senra)

Tricolores de sangue grená, eu sou do sangue do encarnado, sou tricolor, tricolor, tricolor. Minha bandeira é centenária. Tenho certeza absoluta que todos vocês, que me leem (exceto os antis), compartilham desse mesmo sentimento. Todos temos motivos para estarmos extremamente putos com o Marcelo Oliveira principalmente, que insiste na incompreensível substituição Sornoza – Júnior Dutra jogo sim, outro também, e que não parece ter estudado direito como a bola se comporta na grama sintética – deixou Airton em campo mais do que o necessário, morreu abraçado com os três zagueiros de novo tomando gol de cabeça (o primeiro gol dos caras foi sorte, dois rebotes em cima dele)… ou seja, nosso treineiro da vez deu uma forcinha para o resultado. Quem não aliviou pros caras foi nosso arqueiro: uma exibição de gala do Júlio César. Salvou um placar mais elástico diversas vezes e pode ter sido fundamental para a nossa classificação no jogo da volta.

“Quê? Como é? Você ainda acha que temos como reverter, Aloisio?” – eu sempre acho que tem como reverter, eu sempre acredito no Fluminense. Se existe algo que nosso time gosta é de situações adversas para superar. Ou você acreditava que com esse time meia-boca que foi eliminado pelo Avaí na Copa do Brasil nós estaríamos na semifinal da Copa Sul-Americana e fora da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, restando poucas rodadas para terminar a competição? O Atlético-PR é extremamente eficiente em seus domínios, aproveitando-se da grama sintética, que confere mais velocidade à bola. Perderam pouquíssimas partidas. Mas fora, como visitante, são uma chacota. Não ganharam nenhuma partida no Brasileiro, e quando nos visitaram, tomaram uma porradinha de leve. Lembram do placar? 2 a 0. Exatamente o que precisamos para levar a decisão, pelo menos, para as cobranças de pênalti.

Já foi muito mais difícil. Já precisamos vencer o Argentinos Jrs. por dois gols de diferença e torcer por um empate entre os outros dois times do grupo; já precisamos reverter resultados de 4 a 2 e 5 a 1 na altitude, tendo conseguido no primeiro caso, com um título solapado pela arbitragem, e quase conseguido no segundo caso, faltando um mero gol que não saiu pelo cansaço de um time em um final de temporada extremamente estressante; já tivemos que correr atrás de seis vitórias consecutivas em sete jogos, contando com um empate fora de casa no sétimo jogo, revertendo 99% de chances de rebaixamento, o que nunca antes fora visto na história de qualquer clube no futebol mundial, uma recuperação que gerou um documentário e ofuscou até mesmo o brilho do campeão brasileiro naquele ano; e esses foram apenas os exemplos que me vieram à cabeça, pois há muitos outros, sendo o mais recente a vitória contra o Nacional do Uruguai no Parque Central, que muitos davam como impossível.

Eu vou ao jogo. Farei a minha parte. Tenho consciência de que será mais difícil que a final da Sula 2009. Se a gente for olhar para jogadores, diretoria e técnico, nós nunca vamos acreditar no time. Melhor acreditar na nossa história, na nossa camisa, na nossa tradição, e que nós vamos conseguir meter 3 a 0 nesses caras aqui. A gente pode escolher a realidade. Aí será só mais um jogo em que nossa classificação é improvável. Eu prefiro acreditar na nossa mística até o fim. Acho que os pessimistas têm todo o direito de serem pessimistas, ou realistas, como queiram chamar, mas nesse caso é melhor nem ver ou acompanhar a partida, né? Futebol é imponderável. E o Fluminense já desafiou definições, matemática, o escambau a quatro. Era mais fácil acreditar na recuperação em 2009 ou num 3 a 0 com a sorte a nosso favor no dia 28? Que seja a nossa última tentativa, torcida, mas precisamos fazer a nossa parte. Fica a reflexão.

O Fluminense tem 116 anos de história, é parte indelével do futebol mundial. É um gigante, na acepção da palavra. Não há como comparar seu tamanho ou sua importância com o adversário que enfrentará no fim do mês de novembro para voltar a disputar uma final de competição internacional. Ele é sempre o favorito, ao contrário do que alguns mentecaptos teimam em dizer. Como disse o ídolo Gum, quem torce para o Fluminense tem que estar no Maracanã. A diretoria, acertadamente, abriu as vendas para sócios com muita antecedência (consegui comprar o meu na quinta-feira), principalmente porque na data do jogo é possível que muita gente já esteja sem grana. O preço, apesar de um pouco acima dos últimos jogos, não está absurdo para uma semifinal de Copa Sul-Americana, e os sócios-futebol só pagam 1/3 do valor. É agora ou nunca, galera. Você pode escolher ficar no sofá criticando todo mundo (time, torcida, diretoria, técnico) ou empurrar o time em direção à vitória e à classificação. Só vem!

Curtas:

– Diante da importância de abordar o tema da minha coluna, acabei não falando sobre o confronto deste domingo contra o Sport no Maraca. Há de se tomar cuidado com essa partida pelo retrospecto recente da equipe pernambucana (são quatro vitórias nas últimas cinco partidas, entre elas um impressionante 4 a 3 sobre o Grêmio em Porto Alegre e uma vitória sobre o Inter na Ilha do Retiro). Dá pra vencê-los, mas é bom colocarmos as barbas de molho. Eles estão a dois pontos apenas da zona de rebaixamento e vêm brigando contra ela heroicamente.

– Como existirá um grande hiato até o jogo decisivo contra o Atlético-PR, o foco precisa se voltar completamente para o Brasileirão. Sete pontos nos restam para adquirir uma tranquilidade maior, e seria de bom tom que os três primeiros viessem hoje. Basta Marcelo Oliveira parar de querer inventar, escalar o que tem de melhor e praticar substituições coerentes. Menos Júnior Dutra e mais Marcos Paulo no banco, por favor!

– Na próxima quarta temos um jogo muito difícil na Arena Palmeiras contra o alviverde que lidera o certame. Apesar de odiar escrever isso, uma derrota não poderá ser encarada como o fim do mundo, mas o time não deve entrar com isso em mente jamais. É possível, sim, somar pontos lá.

– Palpites para as próximas partidas: Fluminense 2 x 0 Sport; Palmeiras 1 x 1 Fluminense

– Essa é minha centésima coluna regular no Panorama. Agradeço a oportunidade de estar neste espaço há tanto tempo e poder falar do Fluminense, minha paixão. Espero que o conteúdo por mim produzido continue agradando e atendendo às expectativas dos leitores tricolores, que são nossa razão de existir.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

3 Comments

  1. Jurandyr, sem dúvidas, cada um tem o direito de curtir a sua paixão pelo Flu o quanto quiser. Prefiro o pensamento de “o que vier é lucro” ao pensamento de “vamos perder mesmo, o time é fraco”. Abraços!

  2. Jurandyr, sem dúvidas, cada um tem o direito de curtir a sua paixão pelo Flu o quanto quiser. Prefiro o pensamento de “o que vier é lucro” ao pensamento de “vamos perder mesmo, o time é fraco”. Abraços!

  3. A minha receita hoje em dia com este nosso Fluminense. Menos “xiitismo” e lidar com a razão. Só isso. O que vier é do jogo. E do nosso time atual. E da nossa gestão atual. Você vai curtir mais a vida.

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