Sobre PH Ganso (por Márcio Machado)

O TRICOLOR – informação relevante.

Precisamos falar sobre o jogador, mas não devo contentar hoje boa parte dos torcedores, ao menos os mais desatentos.

Estou aqui para defendê-lo e ao sistema de jogo. Posse de bola é importante sim, tanto quanto saber o que fazer com ela. Isso o nosso time sabe hoje em dia e esse jogador é fundamental para o esquema. Tem gente na torcida esperando um jogador idealizado. Provavelmente não entendem tanto do jogo.

Nas raízes do futebol lá trás se jogava com dois no meio campo. Se todo mundo jogava assim, as marcações se encaixavam e o preparo físico inferior da época ajudava nisso. Quando o Velho Lobo zagallo começou, mesmo como jogador, a voltar como ponta e depois, como técnico, a fixar um terceiro jogador no meio ele desequilibrou a escala e isso é um dos fatores que contribui na Copa de 1970. Quatro anos depois o Carrossel Holandês embolou a cabeça dos adversários, embaralhando números e posições, e principalmente se valendo de um preparo físico superior para montar um esquema onde todo mundo atacava e defendia. Azar da Copa do Mundo eles terem ficado no vice.

O futebol brasileiro conseguiu ter equipes fenomenais nessa época como a nossa maquina dos anos 70 e a seleção de 1982 com a predominância de grandes jogadores de meio campo como Rivelino, falcão, Sócrates, mais ocupação de espaços menos acumulo de gente na área, a reação veio a partir da predominância do futebol italiano entre os anos 1980 e 1990 e se consolidou no Brasil com a vitória na copa em 1994.

Foi a desvirtuação da função de volante, que tem de ser um meia que joga mais próximo dos zagueiros, mas não precisa ser necessariamente alguém sem habilidade, pierres e márcios araujos fizeram muito mal a fama da posição gerando aquela reclamação famosa em todas as torcidas sobre os 3 volantes, mas esse panorama esta mudando felizmente.

A tendência agora é jogar com somente um volante mais restrito à frente da área e contar com gente na posição com capacidade para chegar como homem surpresa na área adversaria (o melhor nisso foi o Paulinho, ex-Corinthians), ou como joga o Diniz a partir do exemplo do Guardiola. Tem até um que se posiciona mais atrás para auxiliar na saída de jogo, no nosso caso o Allan, mas todo mundo no setor marca muito e toca bem a bola. Isso gera uma dificuldade do adversário reter a bola consigo e um domínio territorial nosso na maioria das partidas. O meio campo qualificado do Cruzeiro foi engolido pelo nosso, bem mais barato, por 180 minutos essa semana. O camisa 10 deles, Rodriguinho, teve de ir pro combate e tomar cartão amarelo em ambos os jogos por faltas táticas. O esquema funciona.

E tem em Paulo Henrique Ganso umafigura fundamental, realmente numa posição equivalente a segundo volante, mas isso não é demérito nem subutilização. Craque não serve só para fazer jogada bonita e gol, ele faz a diferença roubando bolas e principalmente tocando certo a bola, o que gera maior volume de jogo à frente. Comparem o numero de finalizações do time com e sem ele; escolhas certas atrás refletem na frente, 15 finalizações contra oito do Goiás e derrota sem ele, 23 finalizações contra quatro do Cruzeiro, vitória de 4 com ele que participou de dois jogos e foi o numero um em desarmes.

Ganso é deveras importante. Esse grupo é guerreiro e precisa do nosso apoio. ST.

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