O inimigo não merece compaixão.

Não, Sensei!

Assim responderiam os alunos do alucinado mestre karateca do saudoso dojô Cobra Kai, inimigos do mocinho Daniel-San. Bem, se você não tem idade pra ter assistido Karatê Kid no cinema e nem em uma fita VHS, com certeza viu na Sessão da Tarde. Caso contrário, você não é deste planeta. Ah, essa sofrível versão recente com o filho do Will Smith não vale! Mas enfim, o tal mestre era impetuoso e mau feito pica-pau. Inspirado nele, Abelão colocou a faixa preta (tamanho estendido) e vai mandar todos (ou quase todos) os titulares pro campo enfrentar o Vasco na seminal da Taça Guanabara. Sem compaixão, diz o mestre! Nem para o inimigo e nem para os seus comandados.

Vou repetir aqui o que eu escrevi na coluna passada. Ainda acho que os jogadores que enfrentaram o Madureira dariam conta do combinado de bacalhau. Porém, do grupo que forma o considerado Fluminense A, só não vai a campo o Leandro Euzébio, que se machucou no jogo contra o Huachipato. Nós sabemos que nosso comandante gosta de surpreender, porém a escalação afirmada é essa: Cavalieri; Bruno, Gum, Anderson e Carlinhos; Edinho, Jean, Deco e Thiago Neves; Wellington Nem e Fred.

Apesar do meu achismo, eu entendo que o Abel utilize os titulares. Afinal, se ele perdesse com um time reserva, seria cobrado e xingado como nunca foi antes no Fluminense. Seria uma situação ainda pior do que foi no jogo contra o Grêmio. Com o próximo compromisso em casa, tem sim como o pessoal descansar e ficar pronto pra quarta-feira.

O pessoal do “f*da-se o carioca” pode relaxar.

Finalmente entramos na Libertadores

Quando o jogo começou, eu estava muito confiante e até uns 23 minutos, tive motivos pra acreditar que o gol sairia a qualquer momento (ah Thiago Neves… ah Wellingotn Nem…). Mas de repente o Huachipato começou a morder e eu comecei a ficar nervoso. Sai aquele gol na pavorosa atuação do Leandro Euzébio e eu quase perdi o controle. Cheguei a mandar uma mensagem para o Paulo-Roberto Andel “cara, tem alguma coisa de errado no Fluminense, isso não tá certo”. Voltamos para o segundo tempo e eu confesso que temi pelo pior.

Por bem, começamos a envolver os chilenos. No empate, um “PUTAQUEOPARIU” e na virada, mais berros e pulos para a vizinhança secadora reclamar. Eu acho que foi sim uma vitória de superação e acho também que isso fez o Fluminense finalmente incorporar o espírito de Libertadores. No fim, o que aconteceu será bom para não entrarmos no mata-mata com confiança demais e agirmos como verdadeiros guerreiros.

Por fim, Wágner já é sério candidato a virar “talismã tricolor”, enquanto nosso maestro Deco me causa certa preocupação. Está errando muito mais que o normal e ficando muito nervoso, cometendo faltas que não são do seu feitio. O vi dessa forma nos últimos tempos de seleção portuguesa. Espero que essa minha preocupação comece a ir embora hoje.

ST!

Nos acréscimos:

– O que não faz de gol, Rhayner mostra de vontade e empenho. Esse sim dá pra dizer que tem importância tática.

– Opt-in para Fluminense x Huachipato já está aberto.

– Momento sabedoria: Sensei é designação de mestre ou professor. Sansei é a terceira geração de uma família japonesa, nascida fora do Japão.

Rodrigo César, o Rods

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @Rods_C

Foto 1: Paulo Sérgio

Foto 2 : Nelson Perez / Fluminense F.C.