Seleção do hexa… (por Jorge Dantas)

Correram com o Ricardo Teixeira sob clamor popular fomentado pela imprensa, em especial da turma de SP. Algumas vozes como a de Romário, desafeto do ex-dirigente, ajudaram muito a mudar a direção da CBF. Pois bem, vieram os novos comandantes para dar novo rumo ao futebol nacional. E o que fazem? As as mesmas besteiras gerenciais que condenavam. A começar pela demissão do Mano Menezes, que se não era lá um grande técnico, pelo menos estava começando a dar uma cara scratch canarinho. Como isso deu certo na Copa de 1970, quem sabe a coincidência seja um sinal de sorte?

A verdade é que não estamos passando por um bom momento no futebol brasileiro. Há carência de craques, em especial craques que pensam, que lideram, que constroem jogadas. Em contrapartida, há excesso de volantes, de desarmadores e de trombadores.

Também não temos grandes treinadores. Aliás, nunca tivemos. O que ganhamos foi na base da competência dos jogadores e de técnicos motivadores, como foi o Zagallo.

Feola era conhecido como um paizão, que dormia mais do que treinava táticas. Deu certo porque era flexível e porque aceitou a sugestão de jogadores maduros e de grande personalidade como Didi e Nilton Santos, que forçaram Garrincha e Pelé no time titular. Aymoré Moreira pegou um time formado, calejado e uma Copa disputada na América do Sul. Zagallo, em 1970, tinha a sua disposição uma máquina de jogar futebol jamais vista. Naquela Copa o Brasil tinha duas seleções de alto nível à disposição: uma titular e uma reserva. Dava para ganhar com sobras.

Em 1994 demos muita, mas muita sorte e contamos com vantagem de enfrentar seleções que não tinham grandes planteis. Era uma época de entressafra no futebol mundial. Não havia grandes jogadores. Romário era uma exceção.  Em 2002 tivemos dois grandes jogadores que decidiram a parada, apesar do Parreira. Rivaldo e Ronaldo, coadjuvados pelo Ronaldinho, deram conta do recado.

Hoje a situação é bem parecida com a da última Copa. Não temos um time brilhante e nem jogadores diferenciados. Temos a vantagem de disputar a Copa no Brasil, mas vamos enfrentar seleções que estão jogando muita bola, como a Espanha, a Alemanha e a Argentina.

Não creio que o técnico fará diferença, basta não atrapalhar. O que pode inviabilizar a conquista é a direção da CBF. Os trapalhões com visão minúscula e politiqueira poderão criar um ambiente inadequado a se criar uma mentalidade vencedora nos jogadores. Não acho que a escolha do Felipão seja a melhor, mas também não vejo ninguém com currículo melhor. No meu entender Felipão nem merecia a convocação depois do que fez com o Palmeiras. Cheira mais a “paulistada” mesmo.

Não somos hoje o país dos “90 milhões em ação”, estamos descrentes e enjoados com tanta sujeira e malandragem que assola nosso rincão. Pode ser que tudo dê certo e que conquistemos o hexa. Mas, confesso que será preciso muito trabalho e muita inteligência para reverter esse quadro desfavorável que se avizinha. E sorte, muita sorte.

Se Deus for mesmo brasileiro, ele dará um jeitinho.

Enquanto isso, vou torcer para o Flu ganhar a Libertadores e o Mundial em 2013 e rezar para a seleção. No final, a gente torce mesmo, põe a brasilidade acima das diferenças e empurra a seleção. Mas, que está difícil acreditar, está.


Jorge Dantas

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Contato: Vitor Franklin

1 Comments

  1. Jorge, não conheço o Marin (a não ser pelo episódio do roubo de medalhas), mas não gostei da forma como ele interrompeu o trabalho do Mano.

    Se eu fosse o responsável, arriscaria sim em trazer o Pepe Guardiola e nem teria o Felipão na minha lista. Porém, chamar o Parreira e chutar o Andrés Sanchéz foi sensacional e eu aplaudo de pé.

    É engraçado como a CBF conseguiu criar torcedores “contra” nos últimos anos. Vamos ver se isso muda a partir de agora.

    ST

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