Sapuca, não! (da Redação)

sapuca fluminense set feature green 05 07 1980

Há exatos 36 anos, começava a Taça Guanabara de 1980. Disputada como uma competição à parte, com apenas seis clubes, e não representando o primeiro turno do Campeonato Carioca. E o Fluminense, com pouco dinheiro em caixa, tentava contratar um centroavante.

A bola da vez da época era Sapuca, que jogava pelo Operário de Ponta Grossa. Mas foi descartado devido ao peso e à pouca técnica, além de sequer ter chutado a gol na partida em que foi observado pelo supervisor Emilson Peçanha. O jeito era ficar com Neinha, jovem atacante contratado ao Santa Cruz, que não emplacaria.

No dia seguinte, o Flu iria estrear pela GB contra o Americano de Campos, escalado com Paulo Goulart, Edevaldo, Adilço, Tadeu e Rubens Galaxe; Givanildo, Cristóvão e Mário; Robertinho, Gilberto (contratado ao Atlético-GO) e Zezé.

A péssima campanha no torneio (penúltimo colocado) levaria os dirigentes tricolores a reforçar o time. Americano 1 x 0 Fluminense, Fluminense 0 x 2 Flamengo, Fluminense 1 x 3 Vasco, Fluminense 2 x 0 America, Botafogo 1 x 1 Fluminense

Terminada a competição, Givanildo deixaria o Flu e voltaria para Pernambuco, defendendo o Sport, com Delei (então com “i”) ocupando sua vaga. Sem Sapuca, mirou no incrivelmente desacreditado Cláudio Adão (dispensado de Botafogo e Flamengo) para a camisa 9, com Gilberto virando meia e substituindo Cristóvão. E tudo mudaria para melhor nas Laranjeiras: seríamos campeões do primeiro turno com um futebol de alta classe e um time com nove jogadores formados nas divisões de base – foi a última vez em que isso aconteceu com um número tão expressivo de juniores promovidos a titulares com a camisa tricolor.

Zagallo trocaria o Fluminense pelo Vasco, dizendo que “queria ser campeão”, mas não conseguiria seu intento: cinco meses depois, o jovem time das Laranjeiras conquistaria o título estadual, numa grande decisão contra o Cruz-Maltino, vencendo por 1 a 0 com o gol de falta do eterno ídolo Edinho, muito comemorado pelo treinador Nelsinho Rosa, o substituto do treinador tricampeão mundial em 1970. E o desacreditado Cláudio Adão terminaria como artilheiro do certame, marcando 20 gols. Pela média de gols marcados por partidas disputadas, dentre os jogadores que marcaram mais de 50 vezes pelo Fluminense, Adão está entre os maiores da história do clube: disputou 67 partidas e marcou 56 gols, média de 0,84 por jogo.

sapuca fluminense 05 07 1980

fluminense-1980

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: jb/pan/abril

2 Comments

  1. A memória já não é a mesma, mas acho que estive em pelo menos duas pelejas, 2 x 0 América e 1 x 1 Botafogo. Era a época (finalzinho anos 70, início dos 80) em que eu ia sempre ao Maracanã em companhia do meu tio favorito. Meu tio Serafim, ou simplesmente Tio Santinho, como era carinhosamente chamado, era flamenguista mas, como tinha um par daquelas cadeiras cativas do antigo Maracanã, levava sempre que podia o seu sobrinho mala tricolor a tiracolo, o que no caso era eu rs. Bons tempos.

  2. Lembro-me bem deste título, desacreditado e com um dos seus ‘timinhos’, o Flu venceu com autoridade e foi o último grande momento de Edinho no clube, Edinho que hoje, como comentarista, parece ter raiva do clube que o projetou e demonstra visível má vontade, mostrando sempre nos seus comentários, antipatia pelo nosso clube….

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